O aplicativo de mensagem tem mais de 1 bilhão de usuários no mundo e está invadindo mercados alternativos para gerenciar do comércio à comunicação
POR Raphael Coraccini
| 21/01/2020 09h00
O WhatsApp pode ser tornar algo que o WeChat é na China, umsuperaplicativo que gerencia do comércio à comunicação. Na Índia, o aplicativo de mensagens já desempenha em parte esse papel, onde já tem seu braço de marketing bastante desenvolvido. A agência de pesquisa Apptopia aponta ainda o crescimento da ordem de dezenas de milhões de download do WhatsApp na África, em países como Egito, Nigéria e África do Sul.
Para John Koetsier, analista da Forbes, a ascensão do WhatsApp em 2019 é possivelmente o maior caso de ascensão de uma plataforma social na história da internet, com um acréscimo de 760 milhões de usuários em um único ano. Se reproduzisse a receita média por cliente do Facebook, que é de sete dólares, o WhatsApp acrescentaria entre US$ 5 bilhões e 10 bilhões de receita ao Facebook Inc.
Esperando a queda
Segundo Eric Seufert, consultor da Heracles e autor de “Freemium Economics: Leveraging Analytics and User Segmentation to Drive Revenue”, em entrevista à Forbes, o Facebook parece estar esperando o melhor momento para monetizar o aplicativos de mensagens. O grupo de Mark Zuckerberg adquiriu o WhatsApp em 2014 por 19 bilhões de dólares e até hoje não deu mostras mais claras de como pretende ganhar dinheiro com uma plataforma de mais de 1 bilhão de usuários.
E o movimento tem a ver com o mercado financeiro. A ideia é usar um eventual boom de receita do WhatsApp para aumentar o valor das ações da Facebook Inc., enquanto seus outros negócios sofrerem uma queda no ritmo de crescimento de receita, com destaque para o Instagram. Outra teoria é que o valor já está associado ao preço das ações do Facebook e é mais valioso como uma possibilidade do que uma realidade.
Como monetizar?
E o Facebook espera monetizar de maneira diferente da que faz com suas principais redes hoje. A empresa desistiu de incluir anúncios no WhatsApp. A ideia é redobrar os esforços para integrar pagamentos à plataforma de comunicação, bem como faz o WeChat na China. Além disso, encontrar maneiras de fortalecer as lojas dentro do app. Outra característica do superapp chinês.
O desafio será implementar essas soluções no país que tem sido o maior case de crescimento do WhatsApp, a Índia. O país já conta com carteiras digitais fortes e as autoridades indianas têm um sério cuidado em frear a ascensão dos gigantes norte-americanos da tecnologia.