Visão de futuro: entenda a técnica dos três horizontes de inovação
Para manter a empresa relevante ao longo do tempo, empreendedor deve dividir o futuro e estabelecer estratégias de inovação no curto, médio e longo-prazo
POR João Ortega | 01/12/2021 17h26Na Nova Economia, a avaliação de mercado de uma determinada empresa está baseada não apenas em seus ativos e resultados no momento, mas principalmente no valor que ela gera visando o longo-prazo. No entanto, o empreendedor precisa entender como desenvolver uma visão de futuro para seu negócio. Somente assim ele poderá criar uma estratégia com objetivos para daqui a cinco ou dez anos, por exemplo.
O relatório “Futurismo – Perspectivas de Disrupções até 2050”, organizado pela consultoria de inovação ACE Cortex, revela algumas das tendências que irão transformar todas as indústrias nos próximos 30 anos. O estudo destaca, por exemplo, a descentralização das finanças e a internet dos sentidos como movimentos importantes de mercado neste período.
Além disso, a publicação também traz lições importantes para empreendedores que querem desenvolver a visão de futuro para seus negócios. “Um bom planejamento de inovação começa mapeando o mercado em busca de tendências de consumo e territórios de atuação, que façam sentido para o futuro disruptivo da companhia”, explica Kim Silvestre, Head de Transformação Digital da ACE Cortex e um dos autores do estudo. “Empresas que desejam olhar para um futuro mais distante, entre 5 a 10 anos, precisam fazer muitas pequenas apostas no que chamamos de ‘future business’, também conhecido como horizonte 3 de inovação”, completa.
Três horizontes de inovação
Uma das técnicas mais usadas pelo mercado ao desenvolver estratégias de futuro é dividir o tempo em três “horizontes de inovação”, chamados de H1, H2 e H3. Trata-se de uma forma de organizar objetivos da empresa no curto, médio e longo-prazo, mas sempre focando em inovar para que o negócio não fique obsoleto. Neste sentido, o H1 deve conter inovações mais baratas, de rápido desenvolvimento e, provavelmente, incrementais. Por outro lado, o H3 será preenchido por inovações com potencial de disruptar o modelo de negócio atual e levar a empresa a outro patamar.
H1: É o desenvolvimento de projetos de inovação para o curto prazo, focados na evolução de produtos e serviços que já existem e trazem rentabilidade para a organização. Protegem o modelo de negócios atual e o adapta às novas tecnologias. Possui baixo risco e pouca incerteza.
H2: Consiste no desenho e implementação de projetos disruptivos no médio prazo, com foco na exploração de produtos, serviços e mercados adjacentes ao modelo de negócio principal. A proposta é ampliar o portfólio de soluções, encontrando potenciais sinergias no mercado. Possui risco e incerteza em um nível moderado.
H3: Também chamada de inovação radical, o terceiro horizonte é o direcionamento da companhia para a construção e o desenvolvimento de projetos disruptivos para o longo-prazo. Geralmente, eles não têm relação direta com o modelo de negócio atual, explorando novas possibilidades de atuação da organização, em novos mercados com tecnologias inéditas. Isso requer novos conhecimentos e habilidades, o que torna o nível de risco e a incerteza alto.