Tendências tecnológicas e o seu impacto no mercado de turismo
Robôs atendentes, modernização das rodoviárias e foco em ecologia e sustentabilidade devem ter destaque no segmento turístico nos próximos anos
POR Carolina Cozer | 26/09/2019 19h14O mercado global de viagens, turismo e hotelaria continua crescendo e a tecnologia tem grande impacto sobre isso. Segundo um estudo do Google Travel, 74% dos viajantes planejam suas viagens pela internet, enquanto apenas 13% o fazem através de agências de viagens.
Para tentar mapear melhor os aspectos de onde a tecnologia se encaixa no assunto, a Revfine, revista digital de hotelaria e indústria de viagens, investigou as principais tendências tecnológicas que trarão inovações para o mercado nos próximos anos:
1 Internet das Coisas (IoT), com interconectividade em quartos de hotéis e aeroportos;
2 Tecnologia de reconhecimento, com identificadores biométricos para facilitar processos de check in e check out;
3 Realidade virtual (VR), como ferramenta de marketing para turismo;
4 Realidade Aumentada (AR), semelhante ao VR, mas mais barato e com funcionalidade mobile;
5 Robótica, com robôs atendentes que fornecem informações e ajudam com bagagens;
6 Inteligência Artificial (AI), melhoria de chatbots para suporte técnico e em softwares de gerenciamento de estoques; e
7 Big Data, para personalização de viagens e análise de desempenho nos negócios.
Investimento em acessórios
Mas há outros elementos que estão trazendo inovações para o mercado de viagens.
No ano passado, a Citroën, em conjunto com a startup Boarding Ring, lançou o Seetroën, um óculos que promete acabar com o enjoo em viagens em até 12 minutos. A ideia é fazer com que as pessoas viagem mais, bloqueando um mal que acomete milhões de viajantes em todo o mundo.
O aparelho é baseado em um líquido que percorre o aro e causa um reajuste na percepção de horizontalidade do cérebro, eliminando o mal-estar das viagens.
Modernização do mercado rodoviário
No Brasil, a ClickBus surgiu para atualizar o mercado rodoviário, que ainda mantém algumas práticas bastante ultrapassadas. Enquanto as passagens aéreas já têm etapas de compra e verificação totalmente digitais, os ônibus ainda dependem de muita papelada e verificações manuais até o embarque do passageiro — o que não apenas causa demora no processo, mas gera despesas que podem ser cortadas.
Em 2013, a ClickBus lançou uma plataforma online que busca tornar as viagens de ônibus mais próximas das viagens de avião, sem burocracia e completamente digitais.
Hoje, a empresa é a líder do segmento no Brasil, e é concorrente direta da Decolar.com, outra gigante do mercado. Fazem parte, também, do Grupo Rocket Internet, uma das incubadoras mais bem-sucedidas do mundo.
Foco na sustentabilidade
Apesar das inovações digitais terem impulsionado o crescimento no setor, o relatório da Booking.com de 2019 aponta que os consumidores de viagens estão mais inclinados a fazer escolhas de destinos e acomodações com foco em sustentabilidade.
Setenta e três por cento dos viajantes globais pretendem ficar em acomodações ecologicamente corretas, e 55% buscam rotas de destino ecológicas. Já 52% deles também disseram ter alterado seu comportamento para serem mais sustentáveis durante as viagens, caminhando e pedalando mais e andando menos de carro.
Em outro estudo, da Euromonitor International sobre tendências globais, corrobora com essa questão: houve um aumento na demanda por viagens com destinos que tragam algum tipo de “transformação interior” para as pessoas, através de experiências ecológicas e de imersão em culturas locais.
Números globais
O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) diz que o segmento do turismo contribuiu com US$ 8,8 trilhões e 319 milhões de empregos para a economia mundial em 2018.
No Brasil, 8,1% do PIB provém do setor do turismo, que tem um crescimento anual de 3,1%. Segundo o relatório do WTTC, 88% das viagens nacionais são feitas com finalidade de lazer.
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