Sensoriamento, computação em nuvem e Internet das Coisas. Essas foram algumas das ferramentas utilizadas pelo SENAI em um programa-piloto implementado em 43 empresas de 24 estados brasileiros. O objetivo do projeto era testar o impacto de tecnologias digitais da Indústria 4.0 na produtividade de micro, pequenas e médias empresas.
Os pilotos foram realizados entre maio de 2018 e outubro de 2019 em empresas dos segmentos de Alimentos e Bebidas, Metalmecânica, Moveleiro, Vestuário e Calçados. Em média, a produtividade nas empresas onde o programa Indústria Mais Avançada foi implementado aumentou 22%.

Foto (Pixabay)
Impactos da tecnologia
Nas empresas participantes do projeto, os especialistas do SENAI instalaram sensores e outros dispositivos capazes de coletar e armazenar dados. Essas informações eram transmitidas para uma plataforma que monitora as informações de produção das máquinas sensoriadas.
Com o auxílio de tablets e celulares, os gestores puderam acompanhar, em tempo real, o desempenho da linha de produção, controlando melhor os indicadores do processo e podendo, assim, se antecipar a eventuais problemas.
As empresas do Nordeste foram as que mais se beneficiaram da adoção de tecnologias da Indústria 4.0. O aumento médio de produtividade nas companhias da região foi de 28,2%. Na sequência, vieram as indústrias do Centro-Oeste, com 22,44% de melhora, seguidas pela região Norte (22,29%), Sudeste (18,42%) e Sul (6,37%).
O Piauí foi, entre os 24 estados avaliados, o mais beneficiado pelo programa. As empresas piauienses tiveram aumento médio de 55% na produtividade. Rio Grande do Norte e Acre completam o ranking dos três estados mais impactados pelas mudanças, com ganho na produtividade 41% e 37%, respectivamente.
O projeto revelou ainda que as tecnologias da Indústria 4.0 são uma grande oportunidade especialmente para a micro e pequenas empresas. Entre os segmentos nos quais o programa foi implementado, o moveleiro foi o que teve maior ganho na produtividade: 23,91%. Os setores de Alimentos e Bebidas (23,91%), Metalmecânica (17,8%) e Vestuário e Calçados (16,87%) também tiveram ganhos significativos.
“Esse programa promoveu a incorporação dos fatores da Indústria 4.0 no chão de fábrica das indústrias através de soluções simples, de até R$ 3 mil”
Rafael Lucchesi, diretor-geral do SENAI
Foto Alvaro Reyes (Unsplash)
Como ser uma indústria 4.0
De acordo com o SENAI, a digitalização é um dos primeiros passos no processo de atualização tecnológica das indústrias. O órgão organizou uma lista com quatro passos que devem ser seguidos pelos empresários que desejam chegar à indústria 4.0.
1.Enxugar processos
O SENAI recomenda que, antes de digitalizar processos, a empresa adote práticas organizacionais e métodos gerenciais, como eficiência energética, produção limpa e manufatura enxuta, reduzindo custos e evitando desperdícios.
2.Qualificar trabalhadores
De acordo com a instituição, os profissionais das empresas precisam estar aptos a trabalhar com técnicas como programação, robótica e análise de dados, além de desenvolver habilidades como resolução de conflitos, comunicação e liderança.
3.Empregar tecnologias de baixo custo
É aí que entra a parte da digitalização. Segundo o SENAI, a implementação de soluções como sensoriamento, internet das coisas e big data ajuda a desenvolver uma melhor compreensão do processo produtivo. Em uma segunda etapa, tecnologias mais avançadas, como inteligência artificial, podem ajudar a prever problemas que afetam a produtividade.
4.Investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação
A recomendação do SENAI é que os empresários visem a implantação de fábricas inteligentes, mais ágeis e flexíveis, conectadas a fornecedores e capazes de customizar seus produtos em massa, tornando-se, assim mais competitivas.
“O grande desafio da indústria brasileira é dar resposta à nossa baixa produtividade. Essa solução do SENAI tem alto impacto e muita rapidez na implementação. Provamos que em qualquer porte empresarial, em qualquer parte do país, essa é uma agenda extremamente importante para a competitividade das empresas industriais”, explica Lucchesi. “Precisamos difundi-la em larga escala para que possamos ter efeitos sistêmicos, para que empresas industriais se movam na direção de maior competitividade.”
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