Com o fechamento em massa de escritórios por conta do avanço da COVID-19, a internet tem sido o ponto de encontro das pessoas para assuntos do dia a dia e do trabalho em home office. As plataformas de streaming e broadcast via internet, que já vinham crescendo, ganham ainda mais adesão, transformando-se em um instrumento essencial para tempos de quarentena contra o novo coronavírus. Mas também eventos maiores podem contar com a nova tecnologia.
O Brasil tem algumas plataformas se destacando na oferta desses serviços. Uma delas é a Netshow.Me, fundada por Daniel Arcoverde, em 2013. A startup é focada na distribuição de conteúdos digitais, transmissões ao vivo, e vídeos on-demand para empresas. A empresa recebe apoio da Provence Capital e da Wayra, hub de inovação do Grupo Telefônica.
Serviços empresariais de streaming
Mais recentemente, a plataforma lançou seu serviço Netshow.Me OTT, plataforma de streaming para que empresas criem seus espaços de conteúdo e possam até vender assinaturas. “É um provedor de experiências no estilo Netflix. A plataforma tem expertise na construção de landing pages e de áreas onde o assinante consome os conteúdos”, explicou Daniel , ao Whow!.
Hoje, a startup trabalha com diferentes aplicações de conteúdos em vídeo. Uma delas é a monetização para produtores de conteúdo. A empresa fornece o espaço virtual e a rentabilização para influencers que conseguem atrair público que pague para receber conteúdo. A plataforma tem conteúdos de diferentes estilos, desde bem-estar até finanças.
Outra solução é a exibição de conteúdo baseado em publicidade, no modelo tradicional que imita o da televisão. A Netshow.Me faz hoje a transmissão da Copa do Nordeste, como canal contratado pela Live Mode, que detém os direitos de transmissão do campeonato.
Inicialmente, operando como uma faz tudo no setor de audiovisual, a Netshow.Me resolveu que precisaria focar na tecnologia para crescer e passou a terceirizar a parte operacional do negócio, como a operação de câmeras. Hoje, o link de internet e a tecnologia de transmissão são os grandes negócios da startup.
Mesmo antes da pandemia, o crescimento dos serviços de transmissão ao vivo e teleconferência cresciam muito. A Zoom esteve entre os serviços de tecnologia que mais cresceram dentro das empresas nos últimos anos, segundo levantamento da Okta publicado aqui no Whow!

Foto ilustrativa Thomas William (Unsplash)
Grandes eventos
Diferentemente da Zoom, que atua com teleconferências e eventos menores, a Netshow.Me aposta no broadcast, modalidade de transmissão com interação via chat para um grande número de pessoas. “A gente recebe eventos de vários perfis, desde palestras e workshops, para 50 pessoas, até grandes eventos corporativos, que atinge 25 mil pessoas simultaneamente”, disse Daniel .
Nas últimas duas semanas, com a explosão da crise de coronavírus, a startup registrou aumento de oito vezes no número de negociações para eventos online ao vivo, principalmente, para grandes empresas que querem se comunicar com seus colaboradores. Entre os clientes da plataforma estão Santander, XC Investimentos, Thomson Reuters e Oracle.
No total, a Netshow.Me tem 300 clientes de live ativos. A expectativa é que cresça muito rapidamente esse número nas próximas semanas.
“Mas ainda tem muita empresa que tem receio de fazer transmissão ao vivo. E para a gente, é grande oportunidade, porque quando o cliente tem uma boa experiência, ele entende que fica mais barato do que fazer físico”
Daniel Arcoverde, fundador da Netshow.Me
O setor da cultura tem sido um dos mais afetados pela quarentena, e, nos últimos dias, um dos que mais tem recorrido ao uso de plataforma online para shows, disse Daniel: “Percebemos um aumento rápido de empresas do universo cultural, como artistas e bandas. O desafio desses artistas têm sido monetizar os shows em plataformas do tipo. Monetizar nunca é trivial. Quando você fala em venda online, tem todo um funil de conversão que é preciso desenvolver bem em todos os pontos. Ao mesmo tempo, é uma grande oportunidade de manter o evento acontecendo em tempos de reclusão do público. O desafio é conseguir distribuir esse conteúdo de forma certa para comprarem. Faz diferença quando o artista tem um projeto estruturado e um bom mailing para vender o seu trabalho.”

Foto ilustrativa Seth Doyle (Unsplash)
Engajamento do público
“No momento da crise, os executivos que precisam tocar seus negócios têm necessidades de reduzir custos e evitar aglomeração. Eles são forçados a procurar inovação, e o engajamento online é necessário”, destacou Daniel.
“A comunicação é uma das maiores dores em qualquer empresa e para não haver a redução do fluxo de conhecimento e informação, as empresas recorrem a soluções inovadoras”
Daniel Arcoverde, fundador da Netshow.Me
Para o empreendedor, a crise pode significar um contato maior do público com soluções em vídeo online que, antes, pensava-se ser possível apenas presencialmente. “Com essas novas soluções, as pessoas otimizam o tempo delas e já conseguem interagir bem no mundo online. A participação virtual já permite networking e experiência em auto nível. Pode ser a criação de um novo hábito”, avaliou.
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