Uma pesquisa da ComScore aponta que 50% das buscas na internet já em 2020 serão feitas por comando de voz. A mudança no comportamento do consumidor na internet já está, portanto, acontecendo. E de maneira acelerada. A pesquisa aponta ainda que já são 710 milhões de usuários de assistentes de voz em todo o mundo e deve bater 1,8 bilhão de usuários em 2021.
No Brasil, a Desenrola tem levado esse tipo de serviço para o mercado imobiliário. A startup de Goiás fecha contratos de locação de imóveis comerciais e residenciais por processo 100% on-line e tem usado a tecnologia para que seus usuários passem a encontrar imóveis por localidade, assim como se faz no Google Maps ou no Waze ao utilizar a opção de comando por voz. Mas, dessa vez, com a intenção de localizar imóveis registrados para locação.
“Nosso principal foco nesse momento é gerar a melhor experiência possível para o nosso usuário. A melhoria contínua para nós está mais atrelada à qualidade que podemos dar aos acessos muito mais do que a quantidade que irá aumentar”, explica Guilherme Blumer, co-fundador da Desenrola.

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Motor do Google
A empresa usa o motor de inteligência artificial do Google para oferecer o serviço de comando por voz. A pesquisa por voz, ou voice search é uma maneira de procurar resultados para uma palavra-chave em mecanismos de busca falando em direção a um dispositivo, seja smartphone, tablet e gadgtes, como o Echo, da Amazon, feito especificamente para receber comando por voz.
A Desenrola atualiza a cada 15 dias a ferramenta com as palavras e expressões adequadas para aumentar sua biblioteca de termos a serem correlacionados com o comando de voz via motor de busca. Os investimentos da plataforma em tecnologia ultrapassaram R$ 1 milhão em 2019. Nesta versão que já está no ar, a busca de imóveis por reconhecimento de voz permite pesquisa por nome da rua, bairro e cidade.
Os próximos passos da ferramenta são, agora, fazer com que o sistema de busca identifique, nesse processo de associação, resultados que extrapolem perguntas somente de bairros e cidades. “Estamos propondo uma experiência memorável para o cliente para as próximas versões. Queremos que a pessoa busque pelo bairro mais badalado de SP e entreguemos para ele as melhores opções de apartamento na Vila Madalena, por exemplo”, afirma o executivo.

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Voice first
Pesquisa do Google aponta que as pessoas usarão, ainda neste ano, dispositivos habilitados para voz para concluir pelo menos 30% de todas as pesquisas sem usar uma tela. E as buscas por voz tendem a ser mais longas do que as pesquisas digitadas por meio de um teclado. “O mundo hoje já é mobile first”, aponta Blumer, “e, quando se vê dados como a expectativa da busca por voz chegar a 50% nesse ano, indica que estamos próximos do momento voice first”, aponta Blumer.
Pesquisas usadas pela Desenrola para desenvolver seu modelo de negócios apontaram que o Brasil é um dos países que mais gasta tempo no Mobile no mundo. Dedicamos mais tempo do que os americanos, por exemplo. O mundo é mobile first há um bom tempo. Hoje, por exemplo, 77% do nosso tráfego é mobile.
Esse uso crescente do mobile no Brasil aponta para a necessidade de desenvolvimento de operações via outras mídias, que não apenas texto. O aumento de podcasts e dos conteúdos em áudio em aplicativos de mensagens indicam o futuro. “O brasileiro é um early adopter de tecnologias. Não temos dúvidas que a pesquisa primordialmente por voz será realidade das empresas em breve”, conclui Blumer.

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