Inegavelmente a saúde foi uma das áreas vitais da tecnologia em 2020, com as healthtechs tendo mais trabalho do que nunca, e as mudanças nas legislações trazendo uma nova realidade para a medicina em um mundo pandêmico.
Em 2018 o Brasil tinha 248 startups de saúde mapeadas e ativas. Em 2019 esse número havia crescido para 386. Em 2020 o país já conta com 542 healthtechs catalogadas ― ativas e verificadas ―, que receberam mais de US$ 430 milhões em fundos de Venture Capital nos últimos anos. Dessas 542 healthtechs, cerca de metade têm menos de 5 anos de lifespan.
O hub Distrito Adtech lançou um mapeamento recente sobre as healthtechs brasileiras em 2020, com tendências e estatísticas atualizadas para a realidade da pandemia e todas as suas transformações.
Panorama do país
O Sudeste é o estado que concentra a maior parte das healthtechs do Brasil: 64% delas estão no Sudeste, sendo 43,1% delas apenas no Estado de São Paulo. O Sul é a segunda região mais abundante, com 23,7%.
A categoria mais comum dentre as startups de saúde brasileiras é a gestão, podendo abranger gestão de hospitais, clínicas, laboratórios ou exames. Em seguida o estudo revela a categoria de serviços de prontuários eletrônicos como a segunda mais presente nas healthtechs.

Brasil já conta com 542 healthtechs mapeadas. Imagem: Owen Beard (Unsplash)
Investimentos em saúde hi-tech
A aceleradora que mais investiu em healthtechs no Brasil até agora foi a Artemísia, com 18 startups aceleradas. Em seguida o levantamento mostra a Grow+, com 8 negócios acelerados.
A Grow+, inclusive, promoveu em 2020 um hackathon em combate ao coronavírus, com foco na projeção de ideias inovadoras que pudessem mitigar os impactos da Covid-19 na sociedade.
A startup Dr. Consulta é a healthtech que lidera o setor em termos de investimentos recebidos. De 2014 para cá, o ano em que os investimentos foram mais intensos em startups de saúde no Brasil foi 2017, justamente quando a Dr. Consulta recebeu duas rodadas milionárias ― de US$ 91,6 milhões e US$ 50 milhões, respectivamente.
De acordo com José Cláudio Terra, Diretor-Executivo de Inovação e Transformação Digital do Hospital Israelita Albert Einstein, a principal diferença no investimento em healthtechs no Brasil e nos outros países é que, fora do país, acaba-se investindo mais em biotech ― segmento que tem muito mais projetos desenvolvidos em países de primeiro mundo. “Na saúde existem diversos riscos, estudos pré-clínicos, estudos em modelos animais, um universo muito distante dos típicos fundos de venture capital que atuam no Brasil”, diz o Diretor ao Estudo.
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