Assim como nos esportes, o momento do pitch é o passo inicial para se conquistar uma jogada de sucesso. Ele nem sempre é uma situação premeditada, com hora e local agendados para acontecer; a oportunidade pode surgir a qualquer momento, como em um coffee break, por exemplo, e é essencial que empreendedores estejam preparados para esse momento – ou grandes oportunidades poderão ser perdidas.
Contudo, também há situações em que potenciais investidores querem ouvir as ideias com mais calma, o que faz com que o pitch precise ter diversas adaptações, sendo encaixado nos mais diferentes momentos e oportunidades.
Principais tipos de pitch
O “twit” pitch , assim como no Twitter, consiste em resumir o conceito da startup em apenas uma sentença curta. Esta prática se tornou comum, pois introduz o contexto de forma rápida e eficaz para investidores, principalmente quando exemplos comparativos com grandes produtos são utilizados:
- YouTube: o “Flickr” dos vídeos
- Gaia: o “Netlix” para yoga
- LinkedIn: “Facebook” para empresas
- Farmazon: O “Uber” das Farmácias
- Ou “nós somos o ‘Tinder’ de XYZ”, ou “É um mix entre o Airbnb e o Pinterest”
Adeo Ressi, CEO da TheFunded e da The Founder Institute, deu uma dica sobre como elaborar um pitch de uma frase. “Minha empresa, (nome da empresa), está desenvolvendo (oferta definida) para ajudar (público definido) a (problema a ser resolvido) com (ingrediente secreto)”, diz.
Pitch de elevador
Este é o modelo mais conhecido de pitch. Consiste em uma apresentação curta, de 30 segundos a 1 minuto, a ser utilizada em situações espontâneas de encontros com investidores, ou em ocasiões de alta competitividade, uma vez que aplicadores financeiros, hoje, tendem a ser bombardeados com propostas diariamente. A ideia é que se obtenha a atenção de um investidor em apenas 30 segundos, como se o encontro tivesse ocorrido em uma subida de elevador. Como apresentar a totalidade da sua empresa antes que ele desembarque?
Para criar um pitch de elevador, a mesma ideia do twit pitch pode ser aplicada, mas com o acréscimo de algumas informações de impacto, aliadas a um cartão corporativo para futuros contatos.
Pitch de competição
Este modelo é mais longo que os dois anteriores, e precisa ser apresentado juntamente com um pitch deck, que é um material gráfico de apoio para a sua ideia – como slides de PowerPoint e conteúdos de vídeo. É utilizado para competições de startups em eventos, e costumam durar, em média, de três a sete minutos, a depender dos avaliadores.
Por se tratar de uma competição, é importante substituir ao máximo palavras por imagens na apresentação, para ter um conteúdo mais persuasivo, lúdico e objetivo. Detalhes mais aprofundados deverão ser deixados de lado, em detrimento da clareza de ideias.
A pressão nas competições tende a ser alta, com tempo curtíssimo, então é importante tirar proveito das informações gráficas e de frases curtas e de impacto.

Foto Teemu Paananen (Unsplash)
Pitch de investidores
Semelhante ao pitch de competição, mas com a oportunidade de acrescentar algumas informações um pouco mais profundas. Alguns investidores podem querer ouvir pitches de 15 a 20 minutos, então é importante ter um material mais complexo para essas ocasiões.
O pitch deck, aqui, deve ser mais completo, mas que ainda forneça o máximo de informações possíveis em poucos slides. O conteúdo da My Startup Land sobre pitches sugere que nunca se passe de um máximo de 10 slides.
Utilizar elementos de storytelling pode ser importante neste momento, para que a atenção dos espectadores seja mantida até o final.
No momento da conversa com investidores, é importante dedicar algum tempo para explicar o problema, soluções tecnológicas envolvidas e a tração.

Foto Christina Morillo (Pexels)
Dicas de investidores
Mark Pearson, idealizador do fundo de investimento Fuel Ventures, comentou em uma entrevista para a Small Business UK que, o storytelling é uma das melhores maneiras de envolver investidores à sua ideia.
“Muitas vezes, há falta de conexão humana no que diz respeito aos pitches: gráficos e planilhas podem fornecer informações importantes, mas eles não falam para investidor por que você iniciou o seu negócio, como chegou onde está e as lições que aprendeu”
Mark Pearson, idealizador do fundo de investimento Fuel Ventures
“O storytelling eficaz é uma das melhores maneiras de envolver o público. Se você transformar seu discurso em uma história, tornará seus negócios memoráveis, o que é um grande bônus, pois os investidores se reúnem com empresários o tempo todo”, continua Mark. “Deixe claro para investidor quem você é, qual é a sua história e o que o inspirou a iniciar seu próprio negócio. Lembre-se, eles não estão apenas investindo em sua empresa, estão investindo em você, por isso é importante que eles acreditem em você também.”
Já Tim Berry, fundador da Palo Alto Software e investidor-anjo, ressalta que o empreendedor precisa estar com o planejamento financeiro pronto no momento do pitch. “Seja específico sobre o valor que está pedindo, e descreva detalhadamente como vai gastar esse dinheiro”, comenta o investidor.
“Geralmente, é mais fácil para os investidores se você listar a porcentagem do investimento que gastará em cada função. Sua previsão deve refletir essas porcentagens”
Tim Berry, fundador da Palo Alto Software
O evento Tech in Asia reuniu investidores do mundo inteiro em Tóquio, a Global Founders Capital atenta as startups para o fato de que investidores são treinados profissionalmente para ouvir argumentos, e são capazes de detectar informações pouco confiáveis e palavras floreadas a milhas de distância.
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