Você já ouviu falar sobre o termo“bootstrap”? Ele significa criar uma startup usando apenas recursos financeiros dos sócios, sem investidor-anjo ou capital semente. E foi assim que nasceu a OnePay, uma startup do mercado de pagamentos, banking e operações financeiras, dois anos atrás. Em outubro deste ano, a fintech efetivou sua primeira rodada de investimentos, e foi avaliada em R$ 70 milhões.
Thiago Lopes, CFO da empresa e sócio do negócio, junto com Jonny Morais, CEO, diz ao Whow!, que o investimento para se entrar nesse ramo não é pequeno. “Principalmente em se tratando do ramo de pagamentos físicos, com máquinas POS, e em posicionamento nacional”, explica. “Apesar de não podermos divulgar números exatos do investimento inicial, todo parque de máquinas, custos iniciais com staff, logística, promoção, formação de equipes e todos os demais investimentos iniciais e de sustentação dos primeiros meses do negócio foram efetuados apenas por nós.”
Segundo o empreendedor, a startup conseguiu alcançar o ponto de equilíbrio logo após o primeiro semestre de operações da empresa.

Arte Grupo Padrão
Meta de um bilhão para a fintech
Ao buscar o aporte, Lopes diz que queria encontrar um sócio-investidor estratégico, que agregasse não só capital como também uma alavancagem na carteira de clientes. O dinheiro que entra agora na startup será utilizado no crescimento das equipes comercial e de tecnologia, na expansão para operações internacionais, no incremento da estrutura de marketing, na construção de um novo posicionamento institucional e também na estruturação de novos produtos financeiros.
Hoje, segundo dados fornecidos pela fintech, são mais de 12 mil empresas utilizando as soluções da empresa. “Esse número está prestes a catapultar com a entrada de mais de 500 mil clientes oriundos do grupo econômico do fundo investidor e que serão inseridos na plataforma OnePay até o final do ano”, descreve o CFO.
Com isso, o faturamento total de 2020 deve chegar a R$ 1,2 bilhão, segundo projeções da empresa. “Com o lançamento de nossos serviços de banking, somado ao atual volume de processamento produzido pela nossa carteira, estimamos uma crescente que completará essa meta dentro de poucos meses.”
Crescimento e planejamento

O modelo de negócios da startup é estruturado tanto por meio de vendas diretas como por parceiros de negócios que atuam em todo o Brasil. Foto Thiago Lopes, CFO da OnePay: divulgação
Crescer tanto em tão pouco tempo é resultado de planejamento.
“O nosso crescimento não foi mágico, mas sim o resultado de uma estratégia focada em sempre aprimorar a precisão na detecção de quais clientes e em quais regiões nossa atuação gera valor imediato, sempre com uma atenção especial às expectativas dos clientes e prospects. Levamos a sério conceitos como growth hacking e customer centricity”, diz Thiago.
As maquininhas da OnePay processam transações de débito e crédito. Ao vender seu produto, a fintech diz oferecer “mais vantagens para o negócio”, mas quando questionado sobre quais são os diferenciais da startup em relação à concorrência, o CFO não fornece uma informação clara. Diz apenas o seguinte:
“O diferencial e principal razão de uma evolução tão expressiva é o resultado de uma metodologia de alta performance no alcance territorial desenvolvida pelos fundadores ao longo dos últimos quatro anos e aplicada na OnePay, nunca perdendo o foco do perfil humanizado de approach e atendimento aos clientes.”
Em setembro de 2020, a OnePay afirma ter faturado R$ 150 milhões e diz ter crescido 10% ao mês nos meses da pandemia.
O modelo de negócios da startup é estruturado tanto por meio de vendas diretas como por parceiros de negócios que atuam em todo o Brasil. Atualmente, são 65 centrais dedicadas a comercializar as soluções da fintech.
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