Existem no Brasil cerca de 45 milhões de desbancarizados, segundo dados de uma pesquisa do Instituto Locomotiva feita em 2019. Para quem não está familiarizado com o termo, desbancarizado é aquela pessoa que não movimenta uma conta bancária há pelo menos seis meses ou que escolhe não ter conta em banco.
O dado do instituto mostra que cerca de 29% da população adulta brasileira não usa banco. Ainda que não tenha conta bancária, esse público movimenta mais de R$ 800 bilhões por ano, segundo estimativas da pesquisa.
É justamente para esse público que algumas fintechs direcionam seus produtos e serviços. São pessoas de baixa renda, normalmente enquadradas nas classes C, D e E, que trabalham de maneira informal e acabam recebendo seus pagamentos em dinheiro vivo. Só que, muitas vezes, essas pessoas acabam recorrendo a cartões de crédito de amigos para fazer compras ou então juntam o dinheiro por vários meses até conseguirem comprar um bem mais caro à vista.
De acordo com a pesquisa, 31% dos desbancarizados disseram já ter recebido algum empréstimo, sendo que 45% deles recorreram a familiares e 25%, a amigos. Outros 24% bateram na porta de uma instituição financeira para isso.
É nessa brecha que entram algumas fintechs.
O Brasil tinha, em 2019 – último dado disponível – 360 startups atuando no setor financeiro, levando em conta as empresas representadas pela Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), um aumento de mais de 10% em relação à quantidade de associados do ano anterior. Na pesquisa Fintech Deep Dive, elaborada pela associação em parceria com a consultoria PwC Brasil, foram ouvidas 205 empresas e, dessas, 22% atuam em meios de pagamento, 21% com crédito, financiamento e negociação de dívidas, 10% com bancos digitais, 8% com gestão de investimentos e 7% com gestão financeira.
Entre os clientes das fintechs pesquisadas, 16% não têm acesso ao sistema bancário tradicional.

Foto ilustrativa Michael Longmire (Unsplash)
6 fintechs que atendem os desbancarizados
A missão da empresa é empoderar microempreendedores com soluções financeiras que simplifiquem a vida e desenvolvam o negócio. Em outras palavras, oferece microcrédito para ajudar microempreendedores a crescerem.
O banco digital do Rio de Janeiro atende regiões e comunidades que não possuem sistema financeiro. A movimentação da conta pode ser feita pelo aplicativo ou em um dos Kioscos Maré, pontos de atendimento onde os clientes são atendidos por moradores de suas regiões.
A fintech se propõe a facilitar o acesso ao crédito pessoal. Com um cadastro, a empresa fornece até 50 propostas de parceiros.
A empresa oferece crédito para ajudar as pessoas a pagarem suas contas do mês, e não é necessário ter conta em banco.
A startup tem um sistema que ajuda microempreendedores a gerenciarem clientes e catálogos de produtos, além de enviar boletos e permitir o recebimento das compras por cartão de crédito ou débito.
Trata-se de uma moeda eletrônica pré-paga que pode ser adquirida nos mesmos pontos de venda de recarga para celular e utilizada para compras online. Basta que o usuário tenha um número de celular. Na hora de fazer a compra no e-commerce é só escolher Pop Recarga como opção de pagamento.
+FINTECHS
Fintech mira em crédito para micro e pequenas empresas
16 fintechs brasileiras para ficar de olho no ecossistema de inovação
São Paulo é o 5º maior hub de fintechs do mundo
Aprendizados de uma fintech que deu a volta por cima