A Automni foi a vencedora da etapa brasileira da Copa do Mundo de startups, que será realizada no ano que vem, nos Estados Unidos. A empresa, especializada na automação de armazéns para varejo e indústria, vai concorrer ao prêmio de 1 milhão de dólares em investimento. Será a quarta edição do evento.
Hoje, a empresa brasileira tem como investidoras as famílias dos quatro sócios. Antes de chegar aos Estados Unidos para concorrer ao aporte milionário, a Automni vai concluir sua primeira etapa de investimentos externos, que já contempla investidores-anjo da FGV Angels e da Anjos do Brasil e deve ser encerrada até dezembro.
Em julho, a empresa esteve também entre os vencedores do Ibrachina Challenge, em Hong Kong, onde a Automni mostrou sua solução para os players da maior indústria do mundo. A proposta é avançar sobre o mercado internacional para ganhar escala, já que o mercado brasileiro representa apenas 1% do global.
A Automni tem um modelo de negócio Robot as a Service, que permite à indústria e ao varejo trabalhar somente com aluguel de robôs para transporte de mercadorias dentro de armazéns.
Apesar de a automação não ser necessariamente uma novidade nessa etapa da operação, a agilidade e eficácia dos robôs estão bem acima do que já se viu nas outras gerações de equipamentos de transporte dentro das warehouses.
“Com relação a essa tecnologia, somos os únicos na América do Sul que produzimos e estamos entre cinco únicos players no mercado internacional”
Ricardo Bassanese, diretor comercial da Automni
Redução de custo
O RaaS, segundo Bassanese, oferece um payback instantâneo para operações que trabalham com dois turnos ou mais e redução de tempos de parada e risco trabalhista. O serviço promete reduzir também em média 30% o custo de manutenção de empilhadeiras e rebocadores.
Em relação à última geração de robôs, Bassanese afirma que o custo para ter um caiu de 400 mil euros, que era o valor de um FGV, para 12 mil reais. Essa redução de custo pode ajudar a reverter o atraso estrutural da indústria nacional.
“Uma das maiores dificuldades que enfrentamos no mercado brasileiro é que a indústria nacional está estacionada na segunda revolução industrial. Não passou pela terceira e quer dar um pulo para a quarta. Temos indústrias enormes, com 80 ou 100 anos de existência, e você se depara com falta de sistemas básicos para trabalhar. Centros de distribuição que não têm um WMS (tipo de sistema logístico), que seria básico. É como se você precisasse trabalhar com planilhas e não soubesse operar um Excel”, compara o executivo.
Modelos de automação
A Automni oferece seu serviço de automação em três modelos. Um deles é o full service. “Fornecemos equipamentos mais hardware e software. É o trabalho completo, identifico dentro da operação potenciais aplicações e aplico à máquina com tecnologia e o cliente me paga uma mensalidade”, explica Bassanese. Essa modalidade é a mais usada no mercado nacional porque não entra na conta de investimentos diretos do cliente.
Segundo o executivo, a ideia para o futuro é oferecer mais que equipamento de transporte, hardware e software de automação, mas também consultoria sobre o que automatizar. É o que ele chama de Warehouse as a Service. “Conseguimos avaliar 100% da operação, identificar os pontos de automação, que não exclusivamente se traduz à automação só da empilhadeira ou rebocador”, diz.

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