Tornar-se uma startup unicórnio – empresa da nova economia avaliada em US$ 1 bilhão ou mais – é um desejo dos empreendedores ao redor do mundo que atuam nesse ecossistema. Muitas das startups chegam lá, como mostramos aqui recentemente sobre o clube das mais de 500 empresas que já chegaram a este posto, segundo a plataforma CB Insights.
Um levantamento da Traders of Crypto, comunidade de pessoas interessadas em criptomoedas, analisou 100 fintechs ao redor do mundo para checar quanto tempo elas levaram até serem avaliadas em US$ 1 bilhão.
Duas fintechs – Brex e Figure Technologies – foram as mais rápidas nessa corrida, levando um ano até atingiram o título de unicórnio.
Trajetória meteórica dos unicórnios Brex, Nubank e Ebanx
A primeira, ainda que tenha sede nos Estados Unidos, foi fundada pelos brasileiros Pedro Franceschi e Henrique Dubugras, e tem em seu conselho mais um empreendedor do país, Victor Lazarte, cofundador e CEO da Wildlife Studios. Franceschi e Dubugras se tornaram donos de uma empresa de mais de US$ 1 bilhão com apenas 22 anos.
Eles se conheceram aos 16 e fundaram a Brex em janeiro de 2017. A startup oferece cartões de crédito corporativos e gerenciamento de caixa para empresas com uma proposta inovadora. Até hoje, a startup captou mais de US$ 400 milhões em aportes e é apoiada por parceiros como a Y Combinator Continuity, a empresa de venture capital Kleiner Perkins e os fundadores do PayPal.
Também detentoras do título de unicórnio, estão na lista as brasileiras Nubank e Ebanx. A primeira levou cinco anos até ser avaliada em US$ 1 bilhão, já o Ebanx alcançou o feito em sete anos.
Fundado em 2013, o Nubank nasceu com um investimento seed de US$ 2 milhões da Sequoia Capital e Kaszek Ventures. Hoje, o banco digital tem cerca de 30 milhões de clientes, atendidos por uma equipe de 2,4 mil funcionários, divididos entre os escritórios de São Paulo, Berlim, Cidade do México, Buenos Aires e Bogotá.
O Ebanx, fundado um ano antes, em 2012, é uma empresa de pagamentos que tem como clientes companhias como AliExpress, Spotify, Airbnb e, mais recentemente, a Uber, entre tantas outras. No total, são mais de mil vendedores usando os meios de pagamento do Ebanx. Atualmente, a empresa tem cerca de 500 funcionários e escritórios em nove localidades diferentes, incluindo Brasil, México, Uruguai, Estados Unidos e Reino Unido.
Brasil em terceiro lugar

Imagem: Mario Gogh Unsplash
Ainda segundo o levantamento, o Brasil aparece em terceiro lugar como o país mais rápido na corrida das fintechs para se tornarem unicórnios. A primeira posição fica com a Austrália, onde as empresas levam, em média, quatro anos para atingir o posto. Em segundo está a China, com 4,8 anos em média. No Brasil, leva-se, em média, seis anos. Completam as cinco primeiras posições a Alemanha (6,3 anos) e os Estados Unidos (6,6 anos).
Olhando para todas as 100 empresas analisadas, o tempo médio necessário para atingir a marca mágica de valor de mercado igual ou acima de US$ 1 bilhão é de 7 anos e 2 meses.
Os Estados Unidos, de acordo com o levantamento, é o país que mais tem startups nessa lista – ao todo são 46. Em seguida estão China (13), Reino Unido (11) e Índia (8). Os demais aparecem com, no máximo, três representantes: Austrália (2), Brasil (2), Alemanha (3), Suécia (2), Indonésia (2), Canadá (2) e Holanda (2).
Segundo Bruno Diniz, especialista em fintech e professor no tema fintech na Fundação Getúlio Vargas, a imagem do nosso país tem se desenvolvido como um local de grandes oportunidades dentre os países emergentes .”O mercado brasileiro foi o que mais atraiu investimentos na América Latina em 2020, fato que também se repetiu nos anos anteriores. Segundo uma prévia do relatório sobre fintechs da CB Insights, o Brasil ficou no 3º lugar mundial em número de megainvestimentos (aqueles nos quais são levantados mais de US$ 100 milhões) realizados em startups financeiras. Os EUA ficaram em primeiro lugar (54 megainvestimentos), seguidos de China (total de 7 megainvestimentos) e Brasil (5, porém o relatório não considerou o aporte recebido pela Creditas no final do ano, que aconteceu após o fechamento do material).”
Ele também comenta que os benefícios dos avanços regulatórios que estão acontecendo no Brasil, como Open Banking, Pix e os sandboxes regulatórios (ambientes de teste de novas tecnologias supervisionado pelas autoridades financeiras). “Eles são alguns dos importantes elementos que devem ser considerados no fortalecimento da cena local,” completou.
+UNICÓRNIOS
A trajetória dos unicórnios brasileiros na pandemia
Você sabe quais são os unicórnios com maior valor de mercado do mundo?
Novo unicórnio na área: VTEX entra para a lista de startups bilionárias brasileiras
Você sabe a diferença entre as startups Unicórnios, Zebras, Camelos e Dragões?