Frágil, ansioso, não-linear e incompreensível. Os quatro conceitos que definem o cenário do mundo BANI refletem a sociedade que se formou após o início da pandemia e com o colapso do mundo VUCA. Mas em quê implicam essas mudanças, objetivamente, e quais as aplicações práticas da teoria para startups e corporações?
O livro “Economia da Paixão”, do especialista em inovação e criatividade, e professor da ESPM-SP, Marcelo Pimenta, lançado no último mês, traz diversos pontos que transcrevem como as recentes mudanças devem nortear o sucesso dos cidadãos nos negócios, na vida profissional e pessoal.
“Essa mudança de paradigma do mundo VUCA para o mundo BANI emerge do conceito do que estamos chamando de economia da paixão, que nada mais é que uma busca por respostas para algumas demandas que aparecem no BANI”, explica Marcelo ao portal Whow!.
Mudanças nas empresas e como navegar por elas
Segundo o especialista, a principal mudança do mundo BANI dentro das empresas se dá por parte do comportamento das pessoas. “O consumidor é mais frágil, porque tudo pode mudar de uma hora para outra; é mais ansioso, pois o número de estímulos e informações que recebemos causa esse efeito nas pessoas; é não-linear, porque as coisas não seguem mais uma lógica, como o Clubhouse, que dominou o setor de redes sociais em questão de dias. E tem coisas incompreensíveis acontecendo a todo o momento, como a história do papel higiênico na pandemia”, exemplifica.
Este recente cenário faz com que as pessoas busquem uma vida de maior propósito, seja na criação de negócios ou na busca por uma carreira dentro de uma empresa, e isso passou a nortear as sociedades desde o último ano. “Esses elementos do mundo BANI são uma espécie de combustível para o surgimento desses negócios com propósito. Quando conectamos a paixão do empreendedor com a paixão do cliente, temos o combustível correto para que a economia da paixão aconteça”, constata o professor.

Segundo o autor e professor universitário Marcelo Pimenta, a principal mudança do mundo BANI dentro das empresas se dá por parte do comportamento das pessoas. Imagem: Anna Shvets (Pexels)
Uma das formas de se navegar nesse cenário não-linear e imprevisível seria focar em nichos e em propósitos verdadeiros, dando luz às verdades individuais, destaca Marcelo. “Há uma série de indicadores que mostram que é possível ser feliz, fazer dinheiro e ocasionar mudanças no mundo pegando aquilo que era considerado estranho e valorizando questões que precisam ser trabalhadas, atingindo, assim, o sucesso”, sugere o ator, deixando claro que não é fácil viver na economia da paixão. “O importante é que, mesmo que as coisas não deem certo de primeira, você estará vivendo a vida que sempre quis viver,”
Competências necessárias para o ambiente não-linear
Resiliência
Empatia
Atenção plena
Contextualização e adaptabilidade
Transparência, intuição e criatividade
Liderança criativa e protagonismo
fonte: Marcelo Pimenta
Futuro: o que podemos esperar após o mundo BANI
O especialista espera que o mundo BANI seja apenas o primeiro passo em um novo movimento mais alinhado com os valores atribuídos à um atual ciclo, com mais coletividade, colaboração e criatividade. “Sou otimista em relação ao futuro. O BANI significa viver o hoje de forma plena para que possamos ter mais sucesso no amanhã. Acho que até lá ainda vamos ter algumas turbulências e viver o BANI por bastante tempo, ainda sendo frágeis, incompreensíveis e ansiosos. Mas a mudança nunca termina”, opina.
Por fim, ele aponta a necessidade de que as pessoas desenvolvam múltiplas carreiras para terem um pouco mais de estabilidade em um mundo de transformações tão aceleradas. “Uma das grandes dicas do BANI é a pessoa ter mais de uma fonte de receita, pois isso tem tudo a ver com um mundo não-linear e frágil. Não podemos colocar todos os ovos no mesmo cesto, pois a coisa pode ruir do dia para noite”, completa.
+NOTÍCIAS
Você conhece o mundo BANI?
Conheça a tendência dos Superjobs
Como dar o primeiro passo no empreendedorismo
O legado no ecossistema de investimentos em startups