A expectativa é que os carros autônomos de nível 4 e 5 (total autonomia) se tornem um grande mercado mundial em 2030, movimentando algo em torno de US$ 60 bilhões, segundo estatísticas da plataforma de dados Statista. Até 2035, a América do Norte deve possuir 29% da frota autônoma do mundo, com a China e a Europa Ocidental ficando com 24% e 20% do parque de carros autônomos, respectivamente.
Como explica a plataforma, a tecnologia dos veículos autônomos é extremamente complexa. No Reino Unido, espera-se que 73% de todos os carros tenham algum nível de autonomia (níveis 1 a 3) antes que veículos totalmente autônomos estejam começando a entrar no mercado, o que está previsto para 2025.
Uma razão por trás disso é a falta de 5G consistente ou internet de alta velocidade, para permitir que os carros autônomos se comuniquem e reúnam informações sobre condições de condução e congestionamentos ou possíveis obstáculos que bloqueiam a estrada. Outro motivo é que alguns veículos exigem mapas extremamente detalhados para navegar com segurança.
As montadoras e as empresas de tecnologia estão investindo pesadamente no mercado de veículos autônomos. Não à toa. Pesquisas indicam que 85% dos adultos dos Estados Unidos se sentiriam seguros sentados ao volante de um veículo sem motorista.

Foto ilustrativa (Unsplash)
Empresas que estão desenvolvendo carros autônomos (fonte: CB Insights)
Amazon
Para encontrar soluções cada vez mais eficientes de entregas rápidas a Amazon investiu bilhões de dólares nos últimos anos. Como resultado desse investimento, construiu sua própria frota de jatos de carga e explorou a entrega por drone, entre outas coisas. Mais recentemente, uma porcentagem desse investimento foi direcionada à tecnologia de veículos autônomos.
Em setembro de 2019, a Amazon afirmou que planejava colocar 100 mil veículos elétricos de entrega em circulação até 2030, com início das operações a partir de 2021. O plano, quando o anúncio foi feito, era comprar esses veículos da Rivian, uma montadora de veículos elétricos na qual a Amazon investiu US$ 440 milhões. Em janeiro de 2020 a Amazon revelou um protótipo desses veículos de entrega.
Um ano antes, em janeiro de 2019, a varejista americana lançou o Amazon Scout, um robô de entrega elétrico de seis rodas. Atualmente, esses robôs fazem entregas em um bairro de Washington e na região de Irvine, no sul da Califórnia, durante o dia, de segunda a sexta-feira, sob a supervisão de um humano.
A Amazon também anunciou que se envolveria no setor de veículos autônomos por meio de uma parceria com a Toyota. O veículo de demonstração, conhecido como e-Palette, foi projetado como uma minivan autônoma e multifuncional para
transportar mercadorias e pessoas. O plano é estrear esses veículos nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Verão de 2020 em Tóquio para transportar atletas.
Apple
Em janeiro de 2019, a Apple cortou mais de 200 funcionários de sua iniciativa de carro autônomo, o Project Titan, iniciado em 2016. No mesmo ano, cinco meses depois, a empresa confirmou a compra da Drive.ai, uma startup de veículos autônomos que foi avaliada em US$ 200 milhões em 2017.
Ao longo de 2018, a Apple construiu sua frota inicial de carros autônomos e colocou 70 veículos oficialmente na estrada para testes. Já em fevereiro de 2019, a empresa construiu protótipos de uma van elétrica.
Audi
A montadora alemã fez grandes promessas sobre seus planos para veículos autônomos e elétricos e disse que planeja gastar cerca de US$ 16 bilhões em tecnologia autônoma e sustentável até 2023.
Os esforços estão sendo realizados principalmente pelo Autonomous Intelligent Driving (AID), equipamento de tecnologia autônomo da Audi lançado em 2017. A operação, sediada em Munique, na Alemanha, e com mais de 200 funcionários, está atualmente testando 12 veículos autônomos em vias públicas da cidade.
Ainda assim, a Audi está começando a atrair novos parceiros de tecnologia para agilizar seus prazos. Em dezembro de 2018, a empresa anunciou que a AID faria parceria com a Luminar, fabricante do Vale do Silício de sensores e software de percepção que já trabalha com Volvo e Toyota.
Baidu
A empresa por trás do buscador mais utilizado na China tem um hub que concentra os esforços para veículos autônomos. A Apollo é uma plataforma de direção autônoma de código aberto lançada em 2017. Mais de 130 parceiros em todo o mundo usam o serviço, incluindo as montadoras Chevy, Ford, Honda, Toyota e Volkswagen, além da empresa de tecnologia Intel, de acordo com o Baidu.
O Baidu começou a testar seu sistema de software Apollo de código aberto na estrada em 2017. Em 2018, a empresa recebeu aprovação do governo chinês para começar a testar o Apollo em 33 estradas diferentes e para operar seus veículos em ambientes urbanos como túneis e zonas escolares.
Em dezembro de 2019, o Baidu tinha 300 veículos autônomos na estrada e registrava mais de 3 milhões de quilômetros de direção urbana. No mesmo mês, o Baidu recebeu licenças para testar sua frota de táxis robóticos autônomos em algumas áreas de Pequim.
Em janeiro de 2020, a Tesla fez parceria com o Baidu para usar seus dados de mapeamento para seus veículos na China.
GM
A montadora americana fez uma série de movimentos agressivos dentro da esfera da tecnologia. Comprou os ativos da Sidecar, investiu US$ 500 milhões na Lyft e adquiriu a startup de tecnologia autônoma Cruise Automation. Em maio de 2019, a GM anunciou um investimento adicional de US$ 1,15 bilhão na Cruise, elevando a avaliação da operação para US$ 19 bilhões.
Esses acordos já deram frutos, com os protótipos da Cruise em testes sendo feitos junto com o Google no estado do Arizona. Em outubro de 2018, a GM anunciou uma parceria de veículo autônomo com a Honda, na qual a montadora japonesa investirá US$ 2,8 bilhões na unidade Cruise da GM em 12 anos.
No entanto, uma operação comercial completa de direção automática está demorando mais para se materializar do que a GM inicialmente esperava. A empresa planejava ter um serviço autônomo de carona em operação até 2019, mas em julho anunciou que o lançamento seria adiado para permitir testes adicionais.
Samsung
Em maio de 2017, a gigante da tecnologia sul-coreana conseguiu uma permissão para começar a testar carros autônomos nas vias públicas da Coreia do Sul. Os carros autônomos da Samsung são baseados em veículos Hyundai equipados com câmeras e sensores. Em março de 2017, a empresa também concluiu a compra da Harman, por US$ 8 bilhões, um fornecedor líder de tecnologia para automóveis e sistemas de veículos conectados.
Em janeiro de 2018, a Samsung lançou uma nova plataforma de tecnologia projetada para ajudar os fabricantes de automóveis a construir veículos autônomos personalizados. O primeiro produto planejado na plataforma é uma câmera que oferece avisos de saída de faixa, avisos de pedestres e de colisão e controle de cruzeiro adaptável. Os carros que testam a nova plataforma, conhecida como DRVLine, estão sendo testados nas estradas da Califórnia e da Coréia. O primeiro produto deve entrar em produção por volta de 2020.
Tata Elxsi
A Tata Elxsi, uma divisão do grupo indiano Tata, apresentou em janeiro de 2015 uma tecnologia autônoma de manobrista de estacionamento, na qual o carro entende onde estão os pontos abertos e usa sensores para estacionar. Embora a empresa tenha começado com foco em veículos autônomos, recentemente reavaliou a mudança. Em agosto de 2019, a empresa disse que se concentraria na tecnologia de direção assistida, já que a demanda por tecnologia totalmente autônoma estava diminuindo.
A empresa também priorizou a segurança, projetando uma unidade central no carro com extensas medidas de segurança que governam a comunicação automotiva interna e externa.
Em janeiro de 2020, a Tata Elxsi apresentou seu conceito de carro autônomo RoboTaxi.
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