Coluna: os 10 mandamentos da open innovation com as startups
Estas são áreas que toda empresa precisa saber e advém da experiência de mais de 13 anos trabalhando com o assunto no Brasil
Decidi criar esta coluna direcionada especialmente para empresas e executivos que estão começando a se relacionar com startups em processos de open innovation, ou mesmo para os que já tem alguma bagagem no tema e querem entender como evoluir seus relacionamentos.
Assim, descrevo os “10 Mandamentos da Open Innovation com Startups” (e um bônus) que toda empresa precisa saber e que são fruto da nossa experiência de mais de 13 anos trabalhando com o assunto no Brasil.
Para fins de organização, podemos agrupar essas máximas em três grandes pilares: Executivos Capacitados; Programas e Processos Estruturados e Visíveis; e Valor para o Ecossistema.
Então vamos a eles!
Executivos capacitados em open innovation
1) Conheça pelo menos 100 startups do seu setor: para trabalhar bem com open innovation, é importante conhecer o maior número possível de startups relacionadas à sua área de atuação. Isso ajuda você a ter um panorama geral do que elas têm trazido de novidade e, é claro, manter-se atualizado(a);
2) Interaja e contribua com um conjunto de pelo menos dez startups: o próximo passo é avaliar e interagir com ao menos uma dezena de startups. Com isso, você entra em contato com pessoas que estão empreendendo e ainda contribui com elas a partir da sua própria experiência de mercado;
3) Contribua em profundidade com pelo menos uma startup: no terceiro nível, recomendamos escolher uma delas para se aprofundar no relacionamento e contribuir, quase numa relação de mentoria. Isso pode gerar uma grande experiência profissional, além do reconhecimento da startup pelo seu auxílio em sua trajetória de sucesso;
4) Saiba identificar dores que tenham aderência com soluções de startups: com uma boa visão do ecossistema, o executivo deve estar sempre de radar ligado para identificar possíveis desafios da empresa ou do setor que possam se beneficiar com o envolvimento e a parceria de startups;
Programas e processos estruturados e visíveis
5) Defina objetivos claros do relacionamento com startups: a companhia deve ter muito claro o que busca no relacionamento com estas empresas da nova economia. Alguns exemplos de objetivos mais comuns são: eficiência operacional, parcerias de negócios e desenvolvimento corporativo. No caso de projeto piloto, também é importante definir e deixar claras as metas, para um alinhamento transparente de expectativas entre as partes;
6) Estruture programas com processos específicos para atingir esses objetivos: um programa de open innovation bem estruturado costuma, entre outras coisas: ter processos para definição de desafios/oportunidades; estabelecer canais de relacionamento com startups; definir seus critérios próprios de avaliação; definir as modalidades de relacionamento, com os instrumentos necessários previamente desenvolvidos (ex: modelos de business case e minutas de contratos); e definir previamente seu orçamento para oportunidades;
7) Dê visibilidade ao programa: uma vez que a empresa tem um programa estruturado, é importante divulgá-lo adequadamente, assim como as oportunidades, processos e resultados atingidos interna e externamente. Também é importante criar mecanismos de gestão de conhecimento e aprendizados dessas iniciativas, a fim de realimentar e aprender com o desenvolvimento.
Valor para o ecossistema de startups
Para esse bloco final, quero destacar a importância de que esse processo de buscar resultados a partir da interação com ecossistema de startups também nutra o próprio meio, gerando startups e soluções cada vez melhores.
Em outras palavras, a empresa deve oferecer benefícios para todos que participam dos processos seletivos em busca de parceiros, e não apenas para os escolhidos.
Deixo na sequência algumas formas como isso pode ser feito:
8) Ofereça informação sobre dores e oportunidades do mercado para orientar os empreendedores;
9) Ofereça conteúdo, acesso a conhecimento e outros recursos que beneficiem as startups;
10) Compartilhe aprendizados sobre os projetos que dão certo e os que dão errado, para o aprimoramento dos negócios;
Por fim, ainda relacionado ao pilar de Valor para o Ecossistema, deixo aqui um mandamento extra, mas não menos importante, e que nunca deve ser esquecido.
Bônus: Respeite o tempo que a startup dedica a você.
Ainda que a resposta de uma contratação, parceria ou investimento seja negativa, os executivos envolvidos devem sempre se perguntar:
“O tempo que a startup dedicou ao meu processo foi compensado com os benefícios que minha empresa gerou a ela?”
Isso é algo fundamental para que as relações entre startups e grandes empresas sejam sempre saudáveis, frutíferas e benéficas para ambas as partes – exatamente o que o nosso ecossistema de inovação precisa para continuar se fortalecendo cada vez mais.
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