As fontes de captação de dinheiro disponíveis para startups se desenvolverem principalmente a partir de 2010, o que mostra o caráter ainda recente de maturação do setor de financiamento e investimento em startups. Um levantamento de maio do ano passado mostrava que o investimento em startups no Brasil havia crescido 51% em um ano, segundo a Associação Latino-americana de Private Equity e Venture Capital (Lavca).
Com o avanço da crise econômica a partir de 2014, os investimentos e financiamentos públicos em inovação sofreram um baque, o que se intensificou depois da aprovação do Teto de Gastos no País, em 2017, limitando o investimento em Pesquisa e Desenvolvimento ao, no máximo, o praticado no ano anterior com correção apenas pela inflação.
Nesse cenário, diante da redução do dinheiro público, o capital privado passou a ser mais procurado pelas startups. Com a acelerada redução da taxa de juros a partir de 2018, as startups passaram a ser uma opção para o investidor que topa correr riscos.
Diante desse cenário, o empreendedor do setor de inovação tem como opções para captação de recursos no setor privado as seguintes opções:
Bootstraping
Nessa modalidade, o único capital privado disponível é da própria empresa. Consiste no reinvestimento do próprio lucro da startup no negócio, sem nenhuma ajuda externa. Depende exclusivamente da sua capacidade de gerar lucro para expandir.

Foto ilustrativa (Pexels)
Crowdfunding
Exclusivamente composta por capital privado, essa fonte compreende financiamentos coletivos via doação de apoiadores pequenos, fãs, militantes e pré-venda de produtos. A plataforma principal de arrecadação (quando não única forma) é a internet.
Venture Capital
Outra modalidade privada de captura de investimento, o venture capital é o que se pode chamar de capital de risco e compreende desde investimento-anjo até fundos de investimento.
O setor público mantém programas de incentivo nas seguintes formas:
Fomento
Programas públicos de fomento, subvenção econômica e bolsas. Essa fonte é exclusivamente estatal.
Financiamento
Apesar de ser tanto capital público quanto privado, essa modalidade tem sido executada principalmente por bancos públicos. Compreende empréstimos e financiamentos bancários.
Há um entrave com relação ao acesso a essa fonte porque, via de regra, carece de garantias reais para captação, algo que as startups têm dificuldades de demonstrar por seu caráter inovador e de risco.
Dificuldades de acesso
“Para startups, as restrições de acesso a financiamento são ainda mais pronunciadas devido ao alto risco e à incerteza relacionada a suas atividades, em particular, nas etapas iniciais de seu desenvolvimento”, diz o estudo Ecossistema de Startups no Brasil, realizado pelo Interamerican Development Bank (IDB).
O resultado do dinheiro escasso tem sido o grande número de startups com atividade suspensa. Segundo o levantamento da Startup Base, são 2.080 startups com atividade suspensa no País, que concentra a maior parte delas identificadas pela pesquisa, num total de quase 13 mil.