Investimento em blockchain cai em 2019; entenda o porquê
Análise da CB Insights mostra queda de 28% no ano passado. Uma das razões é a falta de “fit” dos produtos com o mercado
POR Adriana Fonseca | 28/01/2020 14h00O investimento total em startups ligadas à tecnologia blockchain caiu 28% em 2019 na comparação com 2018, segundo levantamento feito pela consultoria CB Insights. O pico de investimento havia sido naquele ano, 2018, quando os negócios atingiram US$ 4,3 bilhões. Uma das razões para a queda é que muitos produtos dessas startups ainda estão tentando encontrar seu “fit” com o mercado.
Os empreendedores lançaram aplicativos para o blockchain, desde o rastreamento da cadeia de suprimentos até a liquidação de ativos financeiros, mas o único que encontrou adoção em escala significativa até agora foi a criação e o comércio de criptomoedas. O Bitcoin ainda domina essa área, representando mais de 65% do valor total do mercado de criptomoedas.
Nesse cenário, a análise da CB Insights mostra que a atividade dos investidores demonstra que há algum potencial no setor de blockchain.
Mercado de criptomoedas
Em 2018, as startups que se destacaram no levantamento de aportes foram a Bitmain, de hardware de mineração de criptomoeda, e a Coinbase, de troca de criptomoedas – o que demonstra o foco dos investidores no segmento das moedas digitais. As empresas levantaram US$ 400 milhões e US$ 321 milhões respectivamente, contribuindo com o pico de investimento naquele ano.
No último trimestre de 2019, as startups de blockchain conquistaram aportes de US$ 785 milhões em 164 negociações, uma queda de 36% em relação ao quarto trimestre de 2018, quando os aportes chegaram a US$ 1,2 bilhão. Embora abaixo dos números de 2018, o último trimestre de 2019 superou o primeiro (US$ 636 milhões) e o segundo trimestres (US$ 640 milhões) do ano passado, com o interesse dos investidores apontando especificamente para aplicativos corporativos.
Blockchain no mundo corporativo
Ainda na comparação trimestre a trimestre, o terceiro de 2019 (US$ 1 bilhão) ficou abaixo do mesmo período de 2018 (US$ ,145 bilhão).
A Ripple, rede de pagamentos corporativos, conquistou o maior aporte do último trimestre de 2019 – US$ 200 milhões em uma rodada Série C liderada pelo SBI Group, Tetragon Financial Group e Route 66 Ventures. A rodada avaliou a startup em US$ 10 bilhões. A Ripple anunciou que usará o dinheiro para contratar mais funcionários e aumentar escritórios no exterior.
Abaixo, outros quatro aportes de destaque no último trimestre de 2019.
A Figure Technologies levantou US$ 103 milhões para seguir expandindo sua plataforma baseada em blockchain Provenance, através da qual a startup fornece empréstimos em menos de cinco minutos. Já a Layer One levantou US$ 50 milhões. A startup oferece uma plataforma de investimento baseada em criptomoeda.
Outra startup do setor que se destacou no ano passado foi a Digital Asset que levantou US$ 35 milhões para desenvolver iniciativas da comunidade que apoiem sua linguagem Digital Asset Modeling Language (DAML), usada para agilizar acordos financeiros, e ampliar a tecnologia de sua aplicação.
Enquanto isso, a PeerNova conquistou um aporte de US$ 31 milhões para expansão de mercado e desenvolvimento de produto. A tecnologia da startup ajuda instituições financeiras a gerenciarem seus fluxos de dados de forma mais eficiente.
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