Os dispositivos conectados ainda estão em evolução, à espera da implementação da internet 5G para atingirem vigor máximo. Isso não significa, porém, que alguns segmentos já não estejam se beneficiando dessa inovação.
Um dos setores a beber da fonte da internet das coisas é o varejo. Uma pesquisa da Global Market Insights Inc. constatou que o varejo de IoT vai ultrapassar US$ 35 bilhões até 2024. Existem diversas áreas deste setor em que os dispositivos conectados podem fazer a diferença, como logística e estoque, caixas inteligentes, climatização, rastreamento de ativos e muitos outros.
“Estamos certos que a IoT é uma das grandes aliadas para melhorar as relações de consumo, gerar experiência memoráveis, proporcionar maior eficiência à cadeia de valor e aumentar o controle de operações”, diz Alessandro Galvão, Diretor de Marketing da Associação Brasileira da Internet das Coisas (ABINC).
Segundo Galvão, a adoção da internet das coisas pelo varejo ocasiona a aceleração do processo de decisão dos compradores em até 25%, além do aumento significativo no consumo em canais digitais, que, em algumas empresas, pode chegar a até 250% a mais.
Também há outros benefícios, como a redução de falhas no abastecimento e aumento do índice geral de satisfação no atendimento.
“A IoT tem sido aliada do varejo há muito tempo”, diz Galvão. “A sofisticação da infraestrutura de captura e processamento de dados na ponta, e o estreitamento do varejo com os provedores e integradores de tecnologias, criou uma nova dinâmica nos últimos 10 anos, que se intensificou pelo avanço tecnológico e pela preocupação cada vez mais intensa com experiência do cliente”, aponta.
Vantagens para o varejo online e offline
E não é apenas o varejo físico que pode se beneficiar da internet das coisas. Também há ações implementadas de IoT no e-commerce. “As empresas de varejo online vêm adotando, ao longo dos últimos anos, diversas práticas em suas operações e centros de distribuição, que estão totalmente em conformidade com as medidas de isolamento, protocolos de saúde e vigilância sanitária”, afirma Galvão.
Alguns exemplos de utilização de IoT no e-commerce citados pelo diretor são: robôs de transporte; endereçamento de mercadoria em estoque; realização de processos de picking and packing; práticas de desinfecção e isolamento de mercadorias; e os smart robôs nas operações logísticas e de limpeza.
“O frictionless retail também foi uma das tendências adotadas pelos varejistas. Afinal, com o shopper buscando ter menos contato para evitar o contágio pelo vírus, soluções como os self-checkouts, scan & go e o pagamento por aproximação estão sendo adotadas pelo varejo brasileiro”, diz, citando exemplos de dispositivos IoT no varejo físico durante a pandemia.
“Já nos varejos de vestuários, especialmente as grandes redes, podemos incluir as aplicações que fazem contagem automática de clientes, indicando quando a capacidade máxima da loja foi atingida. Todas essas tecnologias têm proporcionado melhores condições de visitação às lojas, reduzindo o medo da população, evitando a criação de focos de contaminação e, principalmente, criando novas perspectivas de consumo para o mercado”.

A IoT no varejo ocasiona a aceleração do processo de decisão dos compradores em até 25%. Foto: Markus Winkler (Unsplash)