A tecnologia blockchain é altamente eficaz no fortalecimento da segurança de dispositivos, redes e sistemas, sejam eles sistemas de uso comum, como bancos ou a rede elétrica de uma cidade, ou questões menores, como a privacidade pessoal.
Considerando a blockchain uma evolução das proteções cibernéticas, ela não poderia ser utilizada para levar as eleições para patamar mais evoluído ― mais ágil, sem aglomerações e menos fraudulento?
Por que a blockchain é segura?
Imagine a seguinte situação: um aplicativo que está hospedado em um servidor, e este servidor, em vez de concentrar todas as suas chaves de se segurança em um único lugar, as divide entre inúmeros usuários. Assim, um invasor, para conseguir fraudar ou derrubar esse sistema por completo, precisaria ter acesso a todas as chaves existentes, e derrubá-las uma a uma.
Essa divisão de acessos que faz a tecnologia blockchain ser o método mais eficaz em cibersegurança neste momento ― o que poderia significar uma excelente alternativa para situações que dependem de um enorme controle de fraudes, como votações. Contudo, enquanto alguns consideram as eleições via blockchain uma ideia revolucionária, e que poderia se tornar padrão em um mundo pós-coronavírus, outros acreditam que haveria piora nas estatísticas de fraudes eleitorais.

Foto de Morning Brew no Unsplash
Exemplos no mundo
Alguns países já tiveram uma prévia de como poderia ser um mundo com eleições virtuais. Japão, Rússia, Estados Unidos e Serra Leoa (o primeiro país no mundo a utilizar esse sistema eleitoral, em 2018) estão entre os nomes que já experimentaram algum tipo de eleição via blockchain, mesmo que em uma ou mais cidades.
Apesar de ser um sistema ágil e bastante seguro, ainda é uma tecnologia bastante nova no mundo, o que significa que ainda está distante de muitas pessoas. Apesar das urnas eletrônicas já serem usadas há mais de 20 anos, ainda há aqueles que desconfiem do sistema de contagem de votos digital, por não ser algo palpável, material e visível, como as cédulas eleitorais. Logo, uma tecnologia ainda mais abstrata, como a blockchain, seria um desafio ainda maior para aqueles que têm pouca compreensão de como essa inovação funciona.
Tomemos como exemplo a cidade de Tsukuba, no Japão ― uma das localidades a experimentar votações blockchain para selecionar propostas de projetos de contribuição social. Os cidadãos votaram pela internet através de um login único, baseado em seus registros governamentais.
Apesar do procedimento ser muito mais descomplicado que os sistemas tradicionais, muitos eleitores se deram conta, na hora do voto, de que não lembravam as senhas de seus cadastros. Outros disseram que era difícil dizer se seus votos haviam sido computados ou não.