Conheça iniciativas inovadoras que promovem a acessibilidade
Novas tecnologias estão ajudando pessoas com deficiência a terem cada vez mais acesso a produtos e serviços. Confira estes cases de startups
45 milhões de brasileiros – cerca de ¼ da população do país – têm algum tipo de deficiência. Apesar de numeroso e com grande poder aquisitivo, esse público ainda tem dificuldade para se sentir representado e consumir. Gerar condições para que as pessoas com deficiência tenham mais acesso à informação e a serviços de acessibilidade não é apenas uma questão social, mas pode ser também uma grande oportunidade de negócios.
Mercado despreparado para receber consumidores com deficiência
O envelhecimento da população é outro fator que reforça a importância de se investir cada vez mais em produtos e serviços acessíveis. O empresário Sonny Polito, que é deficiente visual desde os 10 anos de idade, enxergou no desenvolvimento de soluções acessíveis uma oportunidade não só de negócio, mas também de solucionar dores pelas quais ele mesmo já havia passado.
“Muitas vezes a pessoa com deficiência precisa estar acompanhada. Às vezes, ela chega na loja e não tem ninguém para ajudá-la, e quando aparece um funcionário para isso, ele não está preparado para fazer esse serviço. Percebi que isso era uma grande dor, e foi aí que pensei em fazer alguma coisa para mudar essa realidade”, contou ao Whow!.
Polito fundou a Inclue, uma startup focada em transformar a forma de as pessoas com deficiência consumirem no Brasil, melhorando sua experiência. A empresa fornece diagnósticos de atendimentos, elabora planos de ação e mudança para atendimento inclusivo, promove workshops sobre o assunto e treinamento de equipes para atendimento inclusivo, além de estimular a contratação de PCDs para áreas de atendimento.
Por meio do aplicativo da Inclue, os usuários conseguem ver quais são as lojas mais inclusivas e escolher aonde ir, com base nas notas de atendimento, acessibilidade e nos comentários de outros usuários.
“O varejista pode vender mais, receber clientes novos e fidelizá-los, oferecendo atendimento diferenciado e melhorando a reputação da marca”
Sonny Polito, fundador da Inclue
Acessibilidade digital
Tão importante quanto a acessibilidade física, hoje em dia, é a acessibilidade digital, que permite com que todas as pessoas tenham acesso à informação em meios digitais. O designer Marcelo Sales, que é criador do projeto acessibilida.de, afirma que este tema deve ser pensado não apenas por desenvolvedores, mas também por empresas e outras pessoas envolvidas na concepção de projetos.
“Todos são responsáveis pela qualidade de um produto ou serviço. Se o conteúdo não é inteligível por todos, criamos barreiras de comunicação para algumas pessoas. O resultado é a falta de acessibilidade e, consequentemente, um produto ou serviço com má experiência”, disse o empreendedor ao Whow!.
A startup Hand Talksurgiu justamente com o propósito de viabilizar a acessibilidade digital. A empresa foi responsável pelo desenvolvimento do Hugo, um assistente virtual que funciona como um tradutor de textos e áudios para a Língua Brasileira de Sinais. Depois de criar o aplicativo – que já foi baixado por mais de três milhões de pessoas – a Hand Talk desenvolveu também um plug-in para tornar sites acessíveis.
“80% das pessoas com surdez no mundo têm dificuldade também na língua escrita do seu país, por isso a língua de sinais é muito relevante na web para tradução de textos”, conta o CEO Ronaldo Tenório, ao Whow!. Atualmente, a Hand Talk está se preparando para lançar seu aplicativo nos Estados Unidos.
Brasil (in)acessível
Desde o início de 2016, está em vigor a Lei 13.146/2015, conhecida como Lei Brasileira de Inclusão. A norma sancionou como obrigatório o acesso à internet para todos no país. O artigo 63 determina que todos os sites de empresas atuantes no Brasil precisam estar acessíveis para pessoas com deficiência, mas essa, infelizmente, ainda não é uma realidade. Um estudo do movimento Web para Todos revelou que apenas 1% dos sites do país são considerados acessíveis.
“A LBI deixa claro que a pessoa com deficiência não é a culpada por não conseguir acessar alguma informação, mas sim o produto ou serviço que ela está utilizando. Ou seja, não é a pessoa que precisa ser ‘corrigida’, mas o meio que ela está utilizando para acessar esse conteúdo”, destacou Marcelo.
“Empresas que ainda não aprenderam a lidar com a acessibilidade digital estão deixando de criar oportunidades de negócios para elas mesmas. A legislação é importante para provocar, mas as empresas não deveriam enxergá-la apenas como um ponto a mais de obrigatoriedade em seus processos”
Marcelo Sales, criador do projeto acessibilida.de
Para Ronaldo Tenório, a internet tem possibilitado que as pessoas com deficiência se mobilizem para exigir que a lei seja cumprida, movimento fundamental para que a web seja cada vez mais acessível. O fundador da Hand Talk defende que a acessibilidade digital comece a ser discutida ainda dentro das escolas e universidades.
“Com o tema sendo discutido em sala de aula, os profissionais chegarão ao mercado de trabalho mais capacitados para atuar nesse segmento. Ainda estamos muito longe de ter uma web acessível, mas estamos conseguindo dar os primeiros passos”
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