“Olhe para o seu trabalho como uma brincadeira”. Esta foi uma das provocações e quebra de padrões abordadas na live do Whow! com Thiago Gringon, especialista em criatividade, inovação e neurociência, nesta terça-feira (21).
Em um bate-papo de uma hora ― que foi mediado por Éric Visintainer, editor da plataforma Whow! ―, Thiago falou sobre o papel da criatividade na inovação, explicou os mitos e verdades que rodeiam esse tema e quais são as quebras de paradigmas necessárias para que haja a expansão da criação, além de ter oferecido dicas e exercícios práticos.
Confira abaixo os melhores momentos da conversa.
A natureza da criatividade
Considerando que a criatividade é uma força inerentemente humana, talvez você já tenha se perguntado de onde vêm essa habilidade, e porque nós criamos da forma como criamos.
O especialista explica que há algo na natureza que faz com que ela se transforme e evolua, logo, o ato de criar é intrínseco da vida. “Seres humanos herdaram o potencial de criar, e ele se divide em dois lugares: um “criar” voltado para a resolução de desafios, e um “criar” voltado para a expressão da autenticidade e emoções”. Desta forma, segundo Thiago, o verbo “criar” emite um movimento tanto estratégico e de sobrevivência quanto de comunicação.
O movimento de criação, por fim, seria o ato de tirar o desejo de criar ― seja para resolver conflitos ou se expressar ― do imaginário e o transformá-lo em ação, dando vida a uma ideia.

Imagem ilustrativa (Pexels)
Como estimular a criatividade para inovar?
Apesar de nascermos criadores, nem todas as pessoas se tornam criativas com a mesma intensidade. O especialista comenta que ser criativo demanda um compromisso muito grande consigo mesmo, além da permissão pessoal de se explorar novas coisas e resolver desafios cada vez maiores.
Para trabalhar essa força interior, Thiago sugere que, além de estarmos cientes de que não é possível ser criativo e produtivo na mesma medida a todo instante, é preciso estimular a própria visão de mundo para provocar a mente.
E dá uma dica: “Brinque de desafiar os algoritmos das redes sociais que você participa, para forçá-lo a entregar coisas diferentes. Caso você esteja acostumado a assistir apenas comédias, por exemplo, assista a um drama. Ou se você conversa com pessoas muito semelhantes a você, se permita conversar com indivíduos de outras realidades.”
“Se você quer criar novas ideias, novos produtos e serviços, você precisa de novas referências e novas visões de como você interpreta essas referências”
Thiago Gringon, especialista em criatividade, inovação e neurociência
Para especialista, gestão da inovação é mito
É possível realizar a gestão da inovação e da criatividade? Thiago é categórico ao responder que, sim, é possível realizar a gestão da criatividade ― mas da inovação não.
Ele explica: “Gestão da criatividade é o controle desse núcleo que envolve imaginação, criação, e inovação. Ou seja, é feito o gerenciamento de como equipes transitam entre esse três. Já na gestão da inovação, ou você segue métricas e indicadores, ou você inova”.
Desta forma, para o especialista, entende-se que a inovação quebra moldes, ou seja, é contraditório entregar valores novos ao mesmo tempo que se utiliza uma metodologia pré-estabelecida. “Inovação é a percepção de valor do outro sobre o que você faz, e você não pode gerir e interferir no que o outro vai achar de você.”