Quando falamos sobre metodologias ágeis, um outro nome muito associado costuma surgir: o Design Thinking. O recurso que não se trata de uma metodologia e sim de uma abordagem, permite analisar os problemas e encontrar as melhores soluções para eles, podendo ser usado como um grande parceiro das metodologias ágeis.
Segundo Luis Alt, CEO da LiveWork, existe muita similaridade entre as metodologias ágeis e abordagem do design. “Apesar de terem surgido em “escolas” diferentes, um pode certamente complementar o outro. Uma das maneiras que temos visto isso com maior sucesso é com a execução de Design Sprints. Resumidamente, a proposta é inserir a abordagem em um ciclo curto para encontrar respostas ou iniciar especificações sobre como uma determinada oferta deverá ser”, explica. “Temos a tendência de enxergar as coisas em caixas, como separadas, mas eu diria que há muito das metodologias ágeis no jeito de trabalhar com design thinking e vice-versa.”
Similares e diferenças entre o design thinking agile
Entre as etapas que compõem o Design Thinking estão: Pesquisa, Brainstorm, Seleção de ideias e Prototipagem. Sendo assim, o método pode gerar valor em uma organização, tanto como abordagem para conduzir projetos desafiadores de qualquer área quanto para ajudar a construir uma cultura de empatia, colaboração e experimentação.
Combinar os dois não é uma tarefa simples. Para isso é necessário ter organização e cultura de mudança.
“Embora o design thinking e o ágil possam ser aplicados sozinhos, as duas abordagens são melhores em conjunto, criando um ambiente que se reforça mutuamente, focado no usuário e na iteração rápida, como forma de alcançar os melhores resultados.”
Luis Alt, CEO da LiveWork
Kiko Campos, general manager na Waggl Brasil, aponta uma diferença há uma diferença entre os dois frameworks . “O design thinking traz um forte foco para o usuário, enquanto o agile é uma excelente maneira de fornecer soluções de forma incremental, garantindo que as necessidades do usuário sejam mantidas à frente e centralizadas, durante todo o processo de design e desenvolvimento”, completa.
Impacto da onda em grandes empresas e startups

Foto: Pexels
A Magazine Luiza é uma das empresas que faz a utilização das duas estratégias ao mesmo tempo.
“Costumamos dizer aqui no Magalu que temos o “Cliente na Veia” e pensar nele o tempo todo faz parte do nosso dia a dia. Com o design thinking temos a oportunidade de incluí-lo no processo de evolução dos nossos produtos/serviços”, explica Henrique Imbertti, diretor de Agilidade Organizacional na varejista brasileira.
O Itaú também está surfando nesta onda. “Usamos uma mescla, trazendo muitos pontos do mindset da metodologia lean, a parte de cerimônias e ciclos curtos do agile e a centralidade no cliente vinda do design thinking”, declara Valéria Marreto, diretora de recursos humanos do Itaú Unibanco.
Pensando em se relacionar com o cliente de uma forma colaborativa, criativa e inovadora, a Brastemp, marca da holding Whirlpool, também mistura as estratégicas. “Utilizamos diversas metodologias, dentre elas design thinking e design sprint”, expõe Renato Firmiano, diretor de Marketing e Digital da empresa.
“Utilizamos as ferramentas como facilitadoras de imersão e colaboração, focados em encontrar soluções criativas para as necessidades dos consumidores.”
Renato Firmiano, diretor de Marketing e Digital da Whirlpool
“Com um prazo curto e boas soluções, com os princípios do design nós conseguimos olhar para problemas que provavelmente no dia a dia não enxergamos e levantamos todos os pontos para uma tomada de decisão e seus possíveis caminhos”, conclui Renato.
E na fintech C6, o processo acontece de forma dividida. Primeiro eles utilizam o design thinking na etapa inicial da criação do MVP (Mínimo Produto Viável). “Nesse momento, usamos tanto o papel quanto os softwares para rabiscar os itens que vão compor o MVP”, explica Gustavo Torres, head de inovação na empresa. E depois, os colaboradores da startup aplicam os métodos Scrum ou Kanban, “a fim de garantir o desenvolvimento do produto da forma mais adequada possível”.
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