Assim como na área médica, os diagnósticos de empreendedorismo servem para detectar sintomas e sinais de que algo está ou não dentro dos índices adequados.
E com a inovação é a mesma coisa: nem todas as empresas estão com índices saudáveis dentro de seus processos, ou não estão utilizando os “tratamentos” (no caso, as metodologias) adequadas para a saúde da empresa.
O Whow! conversou com César Costa, um especialista em diagnosticar a inovação em empresas. César é Head de Inovação Corporativa da Semente Negócios, empresa B2B que ajuda empresas a se tornarem mais inovadoras.
O que é o diagnóstico da inovação?
Segundo César Costa, diagnósticos de inovação são ferramentas que possibilitam que empreendedores enxergam com maior clareza os pontos fortes e fracos do objeto sob análise. “Por exemplo, um diagnóstico de vendas vai apontar as possíveis razões pelas quais seu desempenho está abaixo ou acima do esperado”, conta.
Consequentemente, o diagnóstico de inovação segue esse mesmo princípio. “A complexidade em se aplicar uma ferramenta como essa é que não se pode analisar apenas uma área ou um processo da organização, e sim ter uma visão geral da mesma”.
O objetivo, segundo César, é ter sua visão sobre quanto o ambiente interno da empresa é propício para a inovação.

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O passo a passo do diagnóstico
O primeiro passo é fazer o levantamento de coisas relativas à cultura organizacional, à liderança, ao acesso a recursos, à gestão do conhecimento, à governança e aos talentos e habilidades, explica o Head da Semente Negócios.
“É importante entender quais linhas de produtos/serviços e modelos de negócios estão se tornando obsoletos, qual é a estratégia atual da organização entre outras questões da situação atual da empresa.” Além disso, é necessário olhar para fora da organização e captar quais são as macrotendências e novos players que podem impactar sua empresa.
Depois, para compreender melhor a estratégia e gestão da inovação, a equipe da Semente conversa com as lideranças e analisam como os projetos têm sido desenvolvidos.
Finalmente, o resultado do diagnóstico irá apontar qual é o nível de maturidade de inovação da empresa, em uma escala de 1 a 4. Essa escala dará visibilidade de quais são as principais lacunas e o que a empresa pode implementar para solucionar essas lacunas.
A partir disso, a recomendação de César Costa é de se criar um documento estratégico, já que a inovação deve ser descentralizada, e seus colaboradores precisam estar alinhados com sua empresa.
A partir dessa “tese de inovação”, há o desdobramento da estratégia nos tipos de inovação que a empresa investirá com maior força – se soluções mais disruptivas ou menos; e quais serão as formas utilizadas para inovar ― conexão com startups, hub de inovação, cross-industry, cooperação com universidades, intraempreendedorismo, laboratório de inovação, etc.
Vantagens do diagnóstico de inovação
A maior vantagem do diagnóstico, César Costa explica, é conseguir ter a big picture da inovação na empresa, uma vez que é comum que as organizações não saibam por que não estão conseguindo inovar, ou por que os resultados da inovação não estão sendo efetivos.
“O que mais ouvimos de executivos é ‘precisamos melhorar nossa cultura de inovação’. Será que é só isso? Será que o acesso a recurso para inovar está de fato acessível? As pessoas entendem qual é a estratégia de inovação da empresa e sabem utilizar as ferramentas para inovar?”, questiona. “O diagnóstico faz com que você identifique os gargalos para que a inovação se torne mais efetiva e sustentável no longo prazo.”
A Semente Negócios, especificamente, utiliza uma metodologia própria chamada Corporate-up, que guia o processo de trabalho em nível estratégico nas empresas. Segundo o Head, a Corporate-up implanta um modelo de estratégia e gestão da inovação, junto a processos e formas de inovar.

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