Agile Coach é o especialista que implementa a metodologia ágil (ou agile, no original, em inglês) em empresas. Seu papel é garantir resultados e entregas bem-sucedidas, além de ajudar a corporação a navegar pelos diversos métodos existentes. 

Mais importante que a execução de processos, é preciso compreender a metodologia correta a ser utilizada. Diferentes desafios exigem soluções distintas, e um bom Agile Coach é quem saberá determinar e aplicar estas funções.

A função está recebendo um “boom” de popularidade nos últimos anos, tomando mercados diversos. Nos setores de software tem sido praticamente mandatória. 

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De T.I. para o mundo

Annelise Gripp, consultora de Transformação Digital e Agile, explica que os especialistas da área podem exercer diferentes papéis dentro das empresas, desde que tenham experiência em processos ágeis: “[O Agile Coach] pode ter sido um desenvolvedor, um Scrum Master, um líder técnico, um analista, um designer… Dentro dessa função, o mais importante é o profissional ter expertise utilizando Metodologia Ágil para desenvolver produtos e serviços.”

Já Antonio Cesar Polo, especialista em Métodos Ágeis na Stefanini, comenta que a atividade começou com profissionais de T.I., desenvolvimento a gestão de projetos e se expandindo, depois, para novas áreas.

“Hoje temos pessoas de todos os papéis mudando para Agile Coach. Conheço até um caso de um médico de uma grande empresa de lifesciences que fez essa transição”

Antonio Cesar Polo, especialista em Métodos Ágeis na Stefanini

Contudo, o especialista explica que não existe formação específica para Agile Coach no mercado: “Em geral o profissional faz várias certificações complementares, como por exemplo: Scrum, Kanban, Management 3.0 e OKR.”

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Agile Coach x Scrum Master

Da mesma forma que Scrum Masters, os Agile Coaches facilitam processos de iteração nas empresas. Contudo, uma função não é sinônimo da outra. Enquanto, um Scrum Master aplica exclusivamente técnicas de Scrum, o Agile Coach pode administrar diversos métodos, como Kanban, Extreme Programming (XP), Pair Programming, DevOps etc, além do próprio Scrum.

Em alguns casos, as empresas optam exclusivamente por Scrum Masters, quando há a necessidade desta aplicação exclusiva; em outros, a empresa precisa de um especialista com um cinto de ferramentas maior, inserindo, assim, os Agiles no pipeline.

Na mira das empresas e recrutadores

Dentre as vantagens dos Agiles, estão a capacidade de navegar entre várias metodologias. Isto pode ser mais vantajoso que manter apenas gestores tradicionais. 

Segundo Annelise, a popularidade do ramo começou em 2017, quando empresas começaram a buscar pela transformação digital. Porém, na época, a área era nova no país, com poucos brasileiros experientes na função. “Muitos se queimaram no mercado, fazendo, inclusive, com as empresas retomassem processos antigos de gerência.

“O que posso dizer é que esse papel sempre será muito requisitado nas empresas. Hoje o processo de seleção e contratação está muito mais rigoroso, pelas pessoas saberem qual o perfil e a função desse profissional”

Annelise Gripp, consultora de Transformação Digital e Agile

Para Antonio Cesar, as startups abriram mais portas para a profissão no mercado. “Ao meu ver existe uma dicotomia entre corporações. Temos empresas que já nasceram ágeis, como as fintechs, com cultura de agilidade no DNA. Elas geraram impacto nas grandes organizações, que têm buscado competitividade e espaço de mercado, e estão buscando iniciativas de transformação ágil para mitigar esse problema”, comenta.

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Apostas para o futuro

Em um cenário de transformações rápidas, há vantagens em ter gestores habituados no aprendizado de métodos novos — que entendem quando aplicá-los. Novas abordagens vão continuar aparecendo, e os Agiles estarão propensos a se adaptarem a elas. 

O caráter adaptável da função, para Antonio Cesar, fará do Agile Coach uma das atividades mais estimadas no futuro: “Ele ajuda as organizações a serem mais ágeis e ganharem competitividade em um ambiente de negócios de mudanças constantes.”

Já Annelise não vê estes papéis como parte do futuro, pois já estão no mercado há muitos anos. “Já são realidade entre as médias e grandes empresas. Esses papéis trazem consigo não só o conhecimento técnico, mas experiência e bagagem de interação, resolução de conflito, performance de time, comportamento em equipe, menos desperdício, mais pro atividade e menos burocracia na solução de problemas”, diz.

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