O que a Tesla e a Oracle tem em comum? Poderia se dizer as inovações contínuas e que já disruptaram os seus respectivos mercados ou até simplesmente as cores dos seu logos. No entanto, a realidade é que ambas trocaram o Vale do Silício, berço da inovação nos Estados Unidos, e localizado no estado da Califórnia, por um outro estado norte-americano, o Texas.
No início de dezembro de 2020, Elon Musk confirmou a sua mudança de estado ao Wall Street Journal. O CEO da Tesla ainda disse que também há uma nova fábrica em construção no território texano. E dias depois, a Oracle também anunciou a mudança de endereço da Califórnia para o Texas.
Fuga do Vale do Silício para novos centros da inovação
Mas o que tem causado este êxodo de empreendedores do berço da inovação estadunidense? Os aumentos no custo de moradia, altos impostos e regulamentação mais rígida são alguns indicativos.
Na contramão, a startup brasileira Incognia abriu um escritório no norte do estado da Califórnia para auxiliar na sua internacionalização e busca por uma atuação global, bem como a ampliação no seu faturamento, como descreveu o seu CEO, André Ferraz, em uma Whow! Live em outubro de 2020.
Um outro estado norte-americano que tem chamado a atenção dos empreendedores e mais recentemente de um investidor global, é a Flórida. Em janeiro deste ano, o Softbank através do do seu CEO, Marcelo Claure, anunciou um novo fundo de US$ 100 milhões dedicado exclusivamente para o ecossistema de startups baseadas em Miami ou se realocando para a cidade.
“Com o ecossistema de startups acumulando talentos e recursos rapidamente, e firma após firma de investimento anunciando sua decisão de se mudar para a Magic City, reconhecemos que agora era o momento perfeito para demonstrar convicção sobre Miami como um destino para inovação e empreendedorismo”, disse Marcelo em uma publicação no seu perfil do LinkedIn.
Ele ainda elenca outros três motivos para o aporte milionário no município na Flórida: sua proximidade geográfica com a América Latina, para a qual o Softbank tem um fundo de US$ 5 bilhões desde março do ano passado; um aumento de 40% no setor de tecnologia; e a aceleração na atuação profissional das pessoas onde querem trabalhar, em vez de onde precisam estar para atuar por conta da pandemia.
A visão de quem empreende em Miami
E uma brasileira que imigrou para Miami, com foco na expansão da sua startup, foi Patrícia Osorio, cofundador da Birdie.ai. Na visão dela, o epicentro das startups ainda continuará a acontecer no Vale do Silício, no entanto. “O que está acontecendo é que os fundos estão percebendo que há ótimas oportunidades também em outros pólos, inclusive com perfis diferentes de startups que permitem uma maior diversificação – isso já aconteceu em Austin e agora está acontecendo aqui em Miami”, descreve.
A empreendedora, que reside há dois anos em Miami, vê a movimentação do Softbank como uma nova vitrine global para as startups. “A região, que sempre foi muito famosa por outros elementos, vem crescendo bastante e teve alguns marcos recentes, como a abertura do escritório local da 500 Startups e a migração da sede de diversos bancos para a região”, diz. A colunista do portal Whow! também comenta que o investimento do fundo internacional poderá mudar a imagem do empreendedorismo no local: “Havia, no entanto, muito preconceito ainda contra a cidade quando se falava sobre empreendedorismo. Agora, com a visibilidade global e o dinheiro do Softbank, essa barreira certamente será quebrada.” este movimento do Softbank e a mudança de big techs para outras localidades nos EUA
Patrícia ainda comenta que a Florida facilita a abertura de empresas por ter impostos mais baixos, tanto para as empresas quanto para os moradores, isso tem influencia na decisão de ida de startups para lá.
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