Os debates em torno de diversidade, equidade e inclusão (DE&I) estão em evidência nas empresas. Tanto é que surgiu nos últimos tempos um novo cargo na estrutura organizacional das grandes companhias, o líder de diversidade e inclusão, ou chief diversity officer (CDO), na nomenclatura em inglês.
Dados do Indeed Hiring Lab, dos Estados Unidos, mostram um aumento de 18% na demanda por profissionais de diversidade e inclusão entre 2017 e 2018 e de 35% entre 2016 e 2018.
Para entender melhor o que faz esse profissional, a agência Weber Shandwick, a consultoria de transformação cultural United Minds e a empresa de pesquisa KRC Research uniram-se para conduzir um estudo que entrevistou 500 profissionais de DE&I.
Papel do CDO
Uma das questões analisadas foi se o papel do líder de diversidade está alinhado à estratégia da organização. Quatro em cada 10 profissionais (39%) concordam plenamente com a afirmação: “a função de diversidade e inclusão na minha empresa está bem alinhada com a estratégia geral de negócios”. Ao mesmo tempo, a sensação de desalinhamento é de 14%.
Um alto grau de alinhamento entre o tema da inclusão e a estratégia de negócios da empresa é de fundamental importância para que haja um impacto no aumento da equidade, pois só assim haverá políticas claras de recrutamento que considerem o tema. Além disso, o alinhamento também impulsiona a reputação da empresa e até afeta positivamente o desempenho financeiro. Dois terços dos executivos entrevistados que atuam em empresas bem alinhadas com o tema (66%) concordam firmemente que a DE&I é um importante impulsionador da performance empresarial, uma taxa significativamente mais alta que a dos executivos nas funções de DE&I desalinhadas (12%).

Foto (Pexels)
“Já está compreendido que o alinhamento estratégico de D&I requer compromisso do topo da organização. Enquanto nosso estudo mostra uma forte correlação entre alinhamento do tema com a estratégia de negócio e resultados positivos para a empresa, o fato é que as organizações não estão fazendo os investimentos necessários para maximizar os benefícios de suas iniciativas de D&I”, comentou Gail Heimann, presidente e CEO da Weber Shandwick.
Olhando para o futuro, as principais prioridades dos CDOs nos próximos 12 a 18 meses dizem respeito a recrutamento e manutenção de talentos, treinamento para diversidade e inclusão e promoção de uma cultura de trabalho diversificada e inclusiva, cada um 33%.
O caminho, no entanto, tem suas barreiras. Os CDOs dizem enfrentar uma variedade de desafios para alcançar suas metas de diversidade e inclusão: individualmente, defender os negócios de DE&I, enquanto o maior desafio em termos estruturais diz respeito à cultura organizacional.