Um mundo digital, este será o panorama de decisões e interações que líderes do futuro e da nova economia vão trilhar. Com isso, a habilidade de trabalhar, pensar e atuar em rede é apontado como uma das características fundamentais nas lideranças do futuro. Ah, e não se esqueça da empatia, escuta ativa, horizontalidade nas decisões, e das chamadas soft skills tão buscadas ultimamente.
E em 2021, estudos apontam que mais da metade da força de trabalho no Brasil será composta por Millennials. Qual será o comportamento desta nova geração na liderança das empresas?
Para colaborarem com as respostas, Jacques Meir, diretor-executivo de Conhecimento, Grupo Padrão, Tatiana Gracia, diretora de Marketing Excellence na Mondelēz Brasil e colunista na Consumidor Moderno, Alfredo Soares, vice-presidente Institucional da VTEX e Luiz Antonio Costeira Urquiza, vice-presidente de Clientes Multisetor na Atento, conversaram durante o Whow! Festival de Inovação 2020.
O perfil dos líderes do futuro
Como o vice-presidente de Clientes Multisetor na Atento pontua, o atual cenário é de incertezas e com a necessidade do desenvolvimento de novos modelos de negócios. E para que isso aconteça são requeridos profissionais com mentalidades diferentes. “Estamos passando por um período de mudança. Seja do ponto de vista das empresas ou no ambiente do governo. Isso tudo é um processo de transição e cabe a nós acompanharmos e aperfeiçoarmos as equipes para uma sociedade melhor e empresas sustentáveis e com inovação”, comenta.

Imagem de Luiz Antonio Costeira Urquiza, vice-presidente de Clientes Multisetor na Atento
Também com a opinião do foco na construção de um mundo melhor, a diretora de Marketing Excellence na Mondelēz Brasil diz já observar novas características em algumas lideranças. “Agora vemos líderes com marcas com mais propósito, com um mindset mais flexível e se adaptando.
“E, hoje, quase não falamos de consumidores e sim de seres humanos, e vivemos uma era da assistência, de estar à disposição para alguém e com alguém.”
Tatiana Gracia, diretora de Marketing Excellence na Mondelēz Brasil
Os líderes do futuro devem focar em um aspecto, citado pelo vice-presidente Institucional da VTEX, a mais nova startup unicórnio do Brasil, como essencial: a comunicação. “A performance não começa na hora que bateu o ponto, o líder de alta performance se vale da clareza da mensagem que passa. Os problemas das empresas não estão nos processos, mas sim na comunicação”, afirma.
O gestor ainda complementa que o novo líder senta-se na mesa com o estagiário, contrário ao que se via antigamente, com executivos com o próprio elevador, destaca Alfredo.
Promoção do protagonismo
Jacques comenta que mesmo com o boom das soft skills no mercado corporativo, muitas empresas têm este conceito na agenda, mas não o aplicam. “É possível que estas organizações continuem a sua maneira, produzindo inovações ou precisam matar as suas culturas para produzir inovação?”, questiona.
Na visão de Tatiana, a cultura da multinacional na qual atua vem se atualizando: “Na Mondelēz Brasil temos como cultura amar os nossos consumidores e trazer o protagonismo, independentemente da geração. Todos estão ali para testar, aprender e refazer. A mentalidade ágil, que vem junto ao protagonismo, é muito nova.” Ela também comenta que vê como fundamental a escuta ativa e empática e exemplifica com o projeto, “Consumidor Nº1” da empresa, que cocria soluções com os consumidores.
Alfredo também acredita na funções dos novos líderes como empoderadores do protagonismo, dentro das equipes: “O líder antigo centralizava a atenção e o protagonismo, só ele poderia falar sobre a empresa. E, hoje, isso acabou e todo mundo pode falar sobre a empresa. O líder precisa ser um promotor do protagonismo.”

Imagem de Alfredo Soares, vice-presidente Institucional da VTEX
Ruptura com o passado e escuta ativa
O diretor-executivo de Conhecimento do Grupo Padrão avalia que, por conta da rápida digitalização das empresas, haverá uma ruptura com o passado. “A digitalização pressupõem que as empresa ganhem uma outra atmosfera para se tornarem imateriais”, aponta ao dizer que assim, elas tornam-se mais democráticas no seu acesso.
Esta adaptabilidade comentada por Jacques também ilustra a visão do vice-presidente de Clientes Multisetor na Atento. Ele afirma que as empresas presas aos velhos paradigmas e padrões vão sumir. “Olhe para frente e revisite a sua estratégia para ficar conectado com as tendências. Não dá para não estar aberto para a inovação. Hoje, cada pessoa pode ajudar a desconstruir o seu modelo de negócios e potencializar novas receitas. É a capacidade das empresas de ouvirem e promoverem novas possibilidades”, diz.
Assim como Luiz, o vice-presidente Institucional da VTEX também aponta para a necessidade dos líderes de escutarem as pessoas. “Não a toa há uma valorização dos conselheiros, e isso está se expandindo. As pessoas são os efeitos colaterais das influencias que sofrem”, comenta.