O isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus mudou radicalmente a forma de trabalho na maioria das empresas, e trouxe à tona o atraso tecnológico em que muitas companhias – ou áreas, pelo menos – ainda viviam. Uma pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva, com o apoio da Acesso Digital e do Grupo Cia de Talentos, traçou um panorama do setor de RH em meio à pandemia, e revelou que apenas 21% das empresas ouvidas já utilizavam métodos inovadores em processos nessa área.
Pandemia traciona transformação digital
Ao que tudo indica, no entanto, essa realidade está começando a mudar. De acordo com o levantamento, 47% das empresas estão se movimentando pela adoção de soluções de modernização nos processos de RH. A preocupação em modernizar os trâmites faz sentido: de acordo com a pesquisa, 35% das empresas já perderam candidatos por conta da demora no processo admissional.
Na maior parte das organizações, o tempo de contratação dura de uma semana a 15 dias, e 35% das companhias ainda não permitem que os candidatos enviem seus documentos sequer por e-mail. Em 31% dos casos, o candidato tem que ir pessoalmente ao RH, pelo menos, duas vezes.
97% dos profissionais de RH acreditam que tecnologias digitais podem acelerar o tempo de contratação e reduzir custos, mas em quase metade das empresas (49%) não há pressão da liderança para que esse processo seja modernizado. Entre os entrevistados, os Estados Unidos são referência em processos de contratação modernos e desburocratizados, e é quase unânime a opinião de que, no futuro, ele será feito de forma digital, através de sistemas unificados, plataformas de cadastro online, assinatura eletrônica, aplicativos e identidade digital.
Impactos nas formas de trabalho e na motivação

Foto Gralt (Pixabay)
A pesquisa do Instituto Locomotiva também ouviu os funcionários de RH sobre as medidas que suas empresas estão tomando durante a pandemia da Covid-19. Segundo o levantamento, a maior parte delas (64%) mantém todos ou a maioria de seus colaboradores em home office. Antes do início da pandemia, menos da metade (47%) possuía sistema de trabalho em casa, periódico ou para momentos de necessidade.
De forma geral, as empresas foram bem avaliadas pelos colaboradores em relação às ações tomadas para proteger os funcionários e viabilizar o trabalho remoto nas áreas em que esse modelo pode ser implementado: 63% acreditam que as ações do RH das empresas para proteger os funcionários do coronavírus foram muito eficientes.
A avaliação de ações de suporte e adaptação a esse novo modelo de trabalho, como assistência psicológica e redefinição de políticas internas, no entanto, é menos positiva. 96% dos profissionais ouvidos estão preocupados ou muito preocupados em perder o emprego por conta da pandemia. Quando o assunto é motivação dos funcionários, o resultado é mais equilibrado: 34% acreditam que a motivação aumentou com a crise; 35% acham que diminuiu, e 31% disseram que não foram impactados.
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