As empresas mais inovadoras, e que buscam alcançar novos mercados até disputar o modo como as pessoas vivem, têm se relacionado cada vez mais com as startups, dentro e fora dos seus respectivos países, seja no formato de parceria, investimento ou cocriação de um novo produto ou serviço. Para esta aliança da-se o nome de Corporate Venture Capital (CVC).
Um estudo recente do hub de Negócios do Banco BTG Pactual, o BoostLAB, em parceria com a ACE Cortex, consultoria de inovação, ao qual o portal Whow! teve acesso, aponta que 30% dos investimento em startups possuem uma companhia de grande porte envolvida e 90% dos unicórnios chineses têm pelo menos um investidor corporativo.
Crescimento global
Segundo dados da CB Insights e Preqin, em 2019, o montante total de CVC no mundo chegou a US$ 57,1 bilhões. E cinco anos antes, este valor era de US$ 17,9 bilhões. Além disso, 20% das empresas na Fortune 500 já tinham contato com iniciativas de corporate venturing em 2009.
O relatório destaca as principais diferenças entre venture capital e corporate venture capital. A primeira abrange a gestão de capital vindo de diversas fontes, com foco na multiplicação do capital, tendo destaque um elevado risco atrelado e um tempo que varia de sete a dez anos. Já o segundo é destacado como um benefício estratégico, além de financeiro, para a organização e não tem um tempo limite para a atuação.
E hoje, pela primeira vez, a Ásia concentra um volume de aportes por CVCs maior que a América do Norte. Já a América Latina representa menos que 2% da participação de investimentos de CVCs no mundo, de acordo com o relatório.
“Costumo dizer que uma das grandes vantagens de olharmos para o que acontece nos EUA e na China, é que conseguimos ler hoje o jornal que acontecerá no Brasil amanhã. E os investimentos em Startups por corporações é uma tendência clara nesses lugares, que vem ganhando cada vez mais tração por aqui também”, diz Frederico Pompeu, sócio do BTG Pactual responsável pelo boostLAB, em nota à imprensa.
Inovação impulsionada pelo corporate venture capital

Entre as iniciativas para a criação de um corporate venture capital estão: envolvimento real da liderança e orçamento alocado para as iniciativas. Imagem: Unsplash
A publicação ainda lista ações, como potencializar a geração de novos negócios, absorver novas tecnologias para o core business da empresa, criar, em conjunto, novos produtos e serviços, adquirir talentos e tecnologias disruptivas, além de trazer um mindset mais ágil para a organização, sendo cenários nos quais o CVC pode beneficiar uma empresa ao se relacionar com o ecossistema de inovação e startups.
No quesito aportes financeiros e aquisições de startups, após o relacionamento com elas, só 40% das empresas efetuam um aporte segundo o relatório da BoostLAB e ACE Cortex.