O estudo AI @ Work, desenvolvido pela Oracle e pela consultoria de RH Workplace Intelligence, revelou que 82% das pessoas acreditam que os robôs podem ser mais eficientes do que terapeutas humanos para ajudá-las com sua saúde mental.
De acordo com a pesquisa, muitas pessoas preferem se abrir com confidentes não-humanos por questões que envolvem desde o estigma com a profissão ao medo de serem julgados.
O estigma da saúde mental
Segundo a World Health Organization, quase 800 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com algum sintoma de doença mental, ao mesmo tempo em que 2020 foi o ano mais estressante das últimas décadas: 78% da força de trabalho acredita que a pandemia afetou negativamente a sua saúde mental, de acordo com o estudo da Oracle.
Agora, especialistas em inteligência artificial enfrentam um novo desafio: como usar a tecnologia de maneira adequada para o tratamento de saúde mental, considerando que existem mais pacientes do que terapeutas no mundo.
“Existe um estigma por trás da saúde mental em todo o mundo. Ao falar sobre estresse, ansiedade ou depressão com seus líderes, os funcionários vão se conter. As pessoas não procuram ajuda de humanos porque não querem ser julgadas”, disse Dan Schawbel, fundador e sócio-gerente da Workplace Intelligence à pesquisa.

83% da força de trabalho global gostaria que as empresas fornecessem tecnologia para apoiar a saúde mental. Foto: Jason Leung (Unsplash)
O divã dos robôs
Muitos trabalhadores dos Estados Unidos estão utilizando chatbots baseados na terapia cognitivo-comportamental para lidar com o stress profissional ― sentimentos que não conseguem abrir no ambiente de trabalho: 68% preferem falar com um robô em vez de seu gestor sobre estresse e ansiedade.
Os terapeutas robóticos (que, na verdade, são aplicativos de automação) são capazes interagir com os usuários e rastrear respostas às suas perguntas, além do monitoramento de voz ser habilitado a identificar e prever quando o paciente precisa de um tratamento mais avançado, segundo a CNBC News. No Brasil há alguns aplicativos disponíveis na Google Play Store, como Wysa, InnerHour, Woebot e Vitalk.
Além da privacidade, outro fator apontado pelos participantes da pesquisa foi a acessibilidade para obterem ajuda 24 horas por dia, sete dias por semana ― algo que somente uma automação é capaz de proporcionar.
“Não temos um bilhão de terapeutas no mundo, então precisamos de tecnologia”, disse Schawbel. “Mas não existem robôs substitutos para um dos maiores valores que os terapeutas humanos oferecem: a empatia humana. Os robôs ainda não podem fazer isso.”