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Disrupção é uma palavra que, nos últimos anos, passou a fazer parte do vocabulário de quem vive no meio corporativo. Mas será que o termo tem o mesmo significado para todos? Essa foi a primeira questão abordada no painel “A sua empresa pode criar a próxima disrupção? Sim ou não?”, que contou com a presença de Adriana de Queiroz, sócia-fundadora da Humma – Marketing, Marca, Inovação, Carolina Sevciuc, diretora de Transformação Digital da Nestlé do Brasil, Flávia Verginelli, Product & Solutions Managing Director da Google Brasil, Leandro Roldan, cofundador da Rocket Business & Innovation, Luciana Rodrigues, general manager do BuzzFeed Brasil, Marcelo Gallão, vice-presidente de Logística da Scania Latin America e Alberto Menoni, executivo da Startup Advisor.
Para Roldan, da Rocket Business & Innovation, o conceito é diferente, a depender da dimensão e do contexto da empresa. “Uma startup precisa criar algo novo no mercado para trazer oportunidade para si”, disse. “As empresas já consolidadas precisam de um processo estruturado, senão, o esforço se perde”, disse ele durante o Whow! Festival de Inovação.
“Uma startup precisa criar algo novo no mercado para trazer oportunidade para si”
Leandro Roldan, cofundador da Rocket Business & Innovation
Nesse sentido, ele defendeu que é preciso ter ambição e algo a buscar, seja o que for. Com o objetivo definido, a empresa precisa dedicar investimento e pessoas certas para isso – não podem ser as mesmas que cuidam dos processos do dia a dia da empresa, por exemplo.
Menoni, da Startup Advisor, por sua vez, disse que as pessoas não se preocupam com o lado humano da inovação. “Começamos a trabalhar em cima desse gap”, contou. “Há empresas que estão olhando para esse aspecto porque precisaram ‘aprender pela dor’, afinal, vivem no dia a dia casos de síndrome de burnout, depressão, ansiedade”.
Ele buscou a psicologia para se aprofundar nesse processo. “As empresas precisam começar a trabalhar as questões cognitivas do ser humano – aprendizagem, criatividade, resiliência, ferramentas para que você consiga ser um ser humano melhor”.
Luciana, do BuzzFeed, conta que o a empresa nasceu como um laboratório para entender o que encanta as pessoas em termos de conteúdo – e funcionou. “Inovação é sobre cultura e experimentação”, disse. “Somos empresas de tecnologia mas, tudo é sempre sobre conexões humanas”.
Flávia, que está há nove anos no Google, comenta que o País está em processo de digitalização. “A tecnologia entra e fica na nossa vida porque traz um novo modelo que tem melhor experiência para o cliente”, disse. “Se não tivermos capacidade de nos desprender do passado e do nosso ego, não conseguiremos evoluir, porque as mudanças vão acontecer e vão alterar modelos”. Então, é preciso desenvolver o skill de resiliência.
Na Scania, devido ao porte da empresa, quando se fala em inovação é preciso desenvolver o mindset de startup. “As microorganizações dentro da empresa precisam ter um processo de aprovação de investimento rápido, senão, não cresce, em comparação com o carro-chefe”, contou Gallão.
Além disso, ele defende que a empresa precisa manter o foco na necessidade do cliente. Por isso, tem um laboratório de sustentabilidade focado em identificar as dores dos clientes e aprimorar os produtos a partir disso.
Carolina, da Nestlé, afirma que a inovação é um anticorpo dentro da empresa. Há projetos que vão para a frente, outros que não. Para se tornar diretora de Transformação Digital, ela conta que começou do zero: o presidente a chamou para acompanhar as tendências de fora. Ou seja, as grandes empresas nem sempre estão à frente de tudo. Ela não era expert no assunto mas, com pessoas e apoio dos superiores, investiu na área. Na empresa, hoje, a área de transformação digital pensa em modelos de negócio, sem abandonar o core business ou propósito.