As fake news são uns mals do século. Para se ter uma ideia, oito em cada dez brasileiros afirmam já ter se deparado com notícias falsas em redes sociais, de acordo com um levantamento elaborado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Apesar de frequentes, nem sempre as fake news são facilmente identificadas. 47% dos entrevistados disseram ter dificuldade para reconhecer quando uma informação é ou não verdadeira.
Ass notícias falsas têm impactos graves no mundo inteiro. Em Mianmar, por exemplo, campanhas deliberadas de desinformação levaram à eclosão da violência contra a minoria muçulmana Rohingya. Mais de 600 mil pessoas dessa etnia já buscaram refúgio em Bangladesh.

Foto Max Muselmann (Unsplash)
Iniciativas independentes
A Finlândia, referência mundial em educação, já vem se preocupando há algum tempo com a preparação de seus cidadãos para um cenário digital cada vez mais complexo. Em 2014, lançou o Faktabaari, uma iniciativa que ajuda as pessoas a identificar notícias falsas. O país também incentiva as crianças em idade escolar a examinar vídeos do YouTube e artigos publicados em mídias sociais em busca de erros factuais e estatísticos, com a ajuda dessa ferramenta.
O Instituto de Pesquisa em Computação do Catar (QCRI), desenvolveu uma plataforma para incentivar a alfabetização digital e o consumo de notícias verdadeiras entre o público. O Tanbih agrupa artigos de acordo com os acontecimentos e reúne informações adicionais sobre fontes. A partir daí, a plataforma gera perfis dos meios de comunicação, sua ideologia política, reputação e histórico.
Em seguida, a ferramenta analisa a inclinação política dos usuários de mídias sociais que interagem com veículos de notícias específicos, avaliando sua disposição para compartilhar artigos. O Tanbih vai ainda mais longe, e treina os usuários para que eles sejam capazes de identificar o uso
Como a tecnologia está ajudando a combater as fake news de técnicas de propaganda nos textos–características das fake news– e desenvolvam um pensamento crítico ao interagir com as notícias.

Foto Pete Linforth (Pixabay)
Tecnologia: duas faces da moeda
Além de permitir a disseminação global de notícias falsas em velocidade recorde, as redes sociais também se beneficiaram, até hoje, de uma certa isenção de responsabilidade sobre o que veiculam.
A lei federal que trata disso nos Estados Unidos, por exemplo, foi pensada para que essas plataformas tivessem mais liberdade e flexibilidade. Agora, o Congresso norte-americano analisa como aumentar a responsabilidade dessas empresas sobre o que é postado em seus canais, ainda que por terceiros.
Recentemente, a BBC anunciou uma parceria com editoras e empresas de tecnologia, como Google, Twitter e Facebook, para ajudar a combater a desinformação online. O grupo elaborou mecanismos como um sistema de alerta precoce, por meio do qual as organizações se avisam quando detectam uma notícia falsa; uma campanha conjunta de educação para a mídia online e um sistema de cooperação para que os eleitores tenham acesso a informações confiáveis.
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