Além do hambúrguer vegano: conheça as principais foodtechs
Esta tendência liderada pelas foodtechs passa por leites, iogurtes, sorvetes e maionese sem ingredientes de origem animal. Conheça os alimentos do futuro
POR Adriana Fonseca | 17/12/2019 10h00As maiores empresas de alimentação do mundo estão correndo atrás de uma mudança em curso, imposta tanto por novos hábitos de consumo quanto pelas inovações trazidas pelas startups. A corrida, agora, é para conseguir navegar em um futuro onde a proteína animal não seja mais predominante na alimentação, dando lugar a novos alimentos.
Por enquanto, a carne ainda é o rei. Estimativas mostram que, hoje, 30% das calorias consumidas globalmente pelas pessoas vêm de carne vermelha, frango e porco. O mercado global de carne movimenta US$ 1,8 trilhão, segundo análise da CB Insights.
Só que de uns tempos pra cá o setor vem enfrentando desafios relacionados aos negócios, questões éticas e preocupações ambientais.
Novos alimentos criados por startups
Nesse cenário, as startups que usam tecnologia para fazer carne em laboratório ou para produzir proteína à base de plantas estão em ascensão. Em 2019, uma das maiores marcas de proteína alternativa, a foodtech Beyond Meat, fez um IPO (oferta pública de ações) e foi avaliada em quase US$ 1,5 bilhão.
Além das startups, algumas grandes empresas também estão indo na linha vegetariana. Burger King lançou seu Whopper com um hambúrguer à base de plantas fabricado pela americana Impossible Foods, uma empresa que já levantou mais de US$ 700 milhões em aportes e foi avaliada em US$ 2 bilhões.
Mercado de alimentos além da carne vegana
O alimento do futuro inclui muito mais do que proteínas que substituem a carne de origem animal.
A americana Soylent, que já levantou mais de US$ 71 milhões em aportes, fabrica uma bebida que diz substituir refeições. O que a startup faz é empacotar os nutrientes que as pessoas precisam em uma bebida. Inovador, o alimento vem enfrentando questões regulatórias ao mesmo tempo em que ganha mercado.
Outro exemplo desse mesmo nicho de atuação é a startup britânica Huel, que levantou US$ 26 milhões em aportes. A empresa desenvolveu um pó nutritivo que fornece, segundo a startup, as necessidades diárias de vitaminas, minerais, gorduras, proteínas e carboidratos. No meio de 2017 a Huel lançou seu produto nos Estados Unidos e anunciou vendas de US$ 10 milhões no país no primeiro ano e de US$ 19 milhões no segundo ano de operação.
A foodtech Ample Foods, com sede na Califórnia, Estados Unidos, também lançou no mercado um produto que promete substituir as refeições. A startup levantou US$ 2 milhões em capital semente em 2018 e conseguiu mais uma rodada de investimento anjo em 2019. No total, a startup levantou cerca de US$ 3 milhões. A refeição produzida pela Ample Foods diz maximizar a energia e a saúde dos consumidores e é feita apenas de ingredientes naturais à base de plantas livre de soja, transgênicos e glúten.
Na França também há uma startup atuando nesse nicho. É a Feed, que levantou US$ 17 milhões em 2018. No total, a empresa conquistou aportes de US$ 21 milhões. O produto da startup também diz ter todos os nutrientes que o ser humano precisa, além de ser livre de glúten, lactose e transgênicos.
Outras startups miram a substituição de leite e derivados
É o caso da Ripple Foods, que levantou US$ 65 milhões em 2018. No total, a startup já conquistou US$ 120 milhões em aportes. Com sede na Califórnia, a empresa cria substitutos aos derivados do leite utilizando leite de ervilha.
Na mesma linha, a americana Kite Hill faz queijo e iogurte sem leite e leite de castanhas. A startup levantou US$ 15 milhões em setembro de 2019.
A chilena NotCo, que desembarcou no Brasil em 2019 com sua NotMayo, uma maionese feita somente à base de plantas (sem ovos, portanto), é outro expoente dessa leva de startups. A empresa conquistou um aporte de US$ 30 milhões de um grupo de investidores que inclui Jeff Bezos, o fundador da Amazon. Além da maionese, a NotCo é uma foodtech que fabrica também leite e sorvete à base de vegetais. Os nomes dos produtos levam os sugestivos nomes de NotMilk e NotIceCream.
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