Adoção de inteligência artificial poderia aumentar PIB brasileiro
Levantamento feito pela consultoria DuckerFrontier junto com a Microsoft mostra que, o crescimento do País poderia subir para 7% ao ano até 2030
POR Adriana Fonseca | 20/12/2019 10h00A adoção da tecnologia de inteligência artificial (IA) poderia aumentar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro para até 7% ao ano até 2030. Esse crescimento seria acompanhado por um aumento de quatro vezes nos níveis de produtividade do país.
A avaliação é da consultoria americana DuckerFrontier, que, junto com a Microsoft Latam, vem avaliando o impacto da IA no mercado de trabalho e no crescimento econômico na América Latina.
“A América Latina tem muitas oportunidades para aproveitar o crescente cenário digital, alcançando níveis mais altos de produtividade e criando novos negócios”
DuckerFrontier em seu relatório
O desafio da educação
O desafio está na capacitação da força de trabalho do país. Para garantir o máximo benefício da aplicação da tecnologia é preciso enfrentar o desafio da educação, o que envolve a melhoria do treinamento para jovens brasileiros da escola primária à universidade, bem como a qualificação de profissionais que já estão no mercado.
As conclusões do estudo da DuckerFrontier e Microsoft sugerem que o aumento previsto no PIB, considerando a adoção total da inteligência artificial, é superior à taxa de crescimento projetada pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Brasil até 2030.
As simulações feitas no relatório consideram os setores de serviços públicos, serviços empresariais, varejo, atacado, hotelaria, alimentação, construção, manufatura, mineração, água, energia, agricultura e pesca.
Em termos de prontidão para o uso da inteligência artificial, o estudo observa que o Brasil está bem posicionado na América Latina em termos de segurança cibernética e ecossistema tecnológico, ocupando o segundo lugar em ambos.
Quando se trata de capital humano e ambiente de inovação local, no entanto, o país ocupa a 7ª e a 6ª posições, respectivamente. No aspecto geral, em termos de prontidão para o uso da IA, o Brasil fica atrás de países como Chile, México e Colômbia.
Economia da inteligência artificial
Em relação à geração de empregos, se as empresas do Brasil adotarem totalmente a inteligência artificial, serão criados 26 milhões de novas vagas, um aumento de 103% em relação às estimativas do Banco Mundial e do FMI para a próxima década.
Os setores que teriam ganhos significativos na criação de novos empregos seriam a indústria, com um aumento estimado de 73%, o varejo, atacado, hotelaria e alimentação (44%) e o setor da construção (42%).
A pesquisa da DuckerFrontier também apontou que haveria uma redução geral nas cargas de trabalho de 7% a 33% devido à automação, mas isso não levaria automaticamente à perda de empregos generalizada, pois as empresas poderiam alocar novas tarefas para seus funcionários ou apenas reduzir o horário de trabalho das equipes.
Por fim, os analistas da consultoria norte-americana recomendam que se desenvolva no Brasil uma estratégia de inteligência artificial nacional, levando para a conversa setores público e privado, bem como universidades, sociedade civil e especialistas.
A consultoria ainda sugere ainda que o País crie um centro de pesquisa em IA com uma agenda estabelecida de pesquisas, que desenvolva um código nacional de ética em IA e uma estrutura legal para que a tecnologia forneça segurança jurídica.
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